igualdades
O debate tem sido intenso em torno da igualdade entre sexos. As posições têm sido de todos os géneros, extremadas, ponderadas, apaixonadas, furiosas, confusas, claras, enfim, há de tudo! Mas tem sido um pouco complicado clarificar posições. É isso que, pessoalmente, gostaria de aqui fazer.
Acho que há muitas situações em que é necessário utilizar o mas, por mais que algumas pessoas achem que isso é denunciador de uma posição machista encapotada. Não é. Trata-se apenas de não abanar a cabeça para concordar com tudo aquilo que é dito, pois é evidente que qualquer pessoa bem formada é por definição contra a discriminação, seja ela de que tipo for. No entanto, há sempre que estar atento e não cair facilmente no discurso simples de “é hediondo, sou contra, porque não posso ser a favor, como pessoa de bem”. Não. É preciso ir mais além. E ressalvar sempre outro tipo de situações.
Uma pela qual me tenho batido é a seguinte:
Entre uma sociedade que, tanto subliminarmente quanto às claras, formata os homens ainda hoje para serem, ainda que de forma mais sofisticada, machistas e o querer ser melhor, ser um verdadeiro cidadão que reconhece a igualdade dos seus pares (sem diferenças sexistas), é onde nos movemos. É, no entanto, às mulheres que mais tem custado assimilar essa nova ordem masculina, estranhamente. Senão, como explicar que continuem a defender que pretendem sensibilidade, carinho, compreensão e respeito de um homem, mas, quando frente a frente com um homem que se aproxime mais disso (que dê parte de fraco, como dirão os machões cá do burgo), não seja isso que querem? Não haverá afinal um sentimento escamoteado de falhanço do homem, por demonstrar não ser o rochedo de segurança que, afinal, muitas ainda procuram?
Quanto a mim, não há sequer discussão quanto ao sexo mais prejudicado (sempre). É o feminino, evidentemente! Por todo o passado que temos, aceito a condenação do género masculino. Não aceito que me tentem meter no mesmo saco e achar que, só por ser homem, tenho de pagar por aquilo que outros fizeram e fazem.
Outra questão, a meu ver, fulcral:
Não me quero tornar mais feminino. Não quero, como dizia o Manel, emancipar-me e usar saias. Quero, apenas, ser respeitado por aquilo que sou. Quero ser um homem. Mas quero ser um homem com sentimentos. E exijo ser respeitado por isso.
Tal como não gosto cada vez que vejo uma mulher com as mesmas atitudes que sempre condenaram nos homens. Na arrogância. Na boçalidade. Na estrada.
Mantenham-se os homens como homens e as mulheres como mulheres. Mantenham-se diferentes. Mas mantenham-se diferentes com oportunidades e respeito iguais.
Nunca o mote “Todos diferentes, todos iguais” fez para mim tanto sentido.
adenda:
já me esquecia de um pormenor, também concordo que os homens que se mostram muito solidários com a causa das mulheres, para depois, no meio do discurso, atirarem umas piadas sexistas, sob a capa de um suposto "descontrair", mostram algumas carecas quando o fazem. desculpem-me os que não acham isto, mas não creio que seja possível ser totalmente sincero quando se diz que se é a favor da igualdade entre sexos e se faz a piadinha logo de seguida...
Acho que há muitas situações em que é necessário utilizar o mas, por mais que algumas pessoas achem que isso é denunciador de uma posição machista encapotada. Não é. Trata-se apenas de não abanar a cabeça para concordar com tudo aquilo que é dito, pois é evidente que qualquer pessoa bem formada é por definição contra a discriminação, seja ela de que tipo for. No entanto, há sempre que estar atento e não cair facilmente no discurso simples de “é hediondo, sou contra, porque não posso ser a favor, como pessoa de bem”. Não. É preciso ir mais além. E ressalvar sempre outro tipo de situações.
Uma pela qual me tenho batido é a seguinte:
Entre uma sociedade que, tanto subliminarmente quanto às claras, formata os homens ainda hoje para serem, ainda que de forma mais sofisticada, machistas e o querer ser melhor, ser um verdadeiro cidadão que reconhece a igualdade dos seus pares (sem diferenças sexistas), é onde nos movemos. É, no entanto, às mulheres que mais tem custado assimilar essa nova ordem masculina, estranhamente. Senão, como explicar que continuem a defender que pretendem sensibilidade, carinho, compreensão e respeito de um homem, mas, quando frente a frente com um homem que se aproxime mais disso (que dê parte de fraco, como dirão os machões cá do burgo), não seja isso que querem? Não haverá afinal um sentimento escamoteado de falhanço do homem, por demonstrar não ser o rochedo de segurança que, afinal, muitas ainda procuram?
Quanto a mim, não há sequer discussão quanto ao sexo mais prejudicado (sempre). É o feminino, evidentemente! Por todo o passado que temos, aceito a condenação do género masculino. Não aceito que me tentem meter no mesmo saco e achar que, só por ser homem, tenho de pagar por aquilo que outros fizeram e fazem.
Outra questão, a meu ver, fulcral:
Não me quero tornar mais feminino. Não quero, como dizia o Manel, emancipar-me e usar saias. Quero, apenas, ser respeitado por aquilo que sou. Quero ser um homem. Mas quero ser um homem com sentimentos. E exijo ser respeitado por isso.
Tal como não gosto cada vez que vejo uma mulher com as mesmas atitudes que sempre condenaram nos homens. Na arrogância. Na boçalidade. Na estrada.
Mantenham-se os homens como homens e as mulheres como mulheres. Mantenham-se diferentes. Mas mantenham-se diferentes com oportunidades e respeito iguais.
Nunca o mote “Todos diferentes, todos iguais” fez para mim tanto sentido.
adenda:
já me esquecia de um pormenor, também concordo que os homens que se mostram muito solidários com a causa das mulheres, para depois, no meio do discurso, atirarem umas piadas sexistas, sob a capa de um suposto "descontrair", mostram algumas carecas quando o fazem. desculpem-me os que não acham isto, mas não creio que seja possível ser totalmente sincero quando se diz que se é a favor da igualdade entre sexos e se faz a piadinha logo de seguida...