sexta-feira, julho 02, 2004

Caminho alternativo

O caminho mais curto nem sempre é o melhor e que bom que é poder variar, como eu posso, no meu regresso diário a casa.



Sigo lentamente pela estrada que serpenteia por entre os campos de milho,



nesta paisagem onde a água faz constantes milagres de fertilização,



numa lógica niilota. São terras de aluvião, inundadas todos os anos pelo Tejo, que transporta nos seus depósitos os fertilizantes que fazem destas as terras mais férteis do país.

Entrecortando os campos de milho, algumas oliveiras relembram-me que o Mediterrâneo está sempre à espreita, mais que não seja na alma de cada um de nós.



Um caminho onde vestígios de uma (então) saudável economia rural, entretanto esquecida,



coabitam com outras expressões da Natureza.



Um caminho onde tudo ainda é enquadrado pelo verde.



E onde sou obrigado, por vezes, a abandonar este mundo e entrar noutros, miríficos, encantadores na sua paz e beleza intrínsecas.



Testemunhos de monges-guerreiros, de saberes alquímicos, ponto de partida para a imaginação de imensos e secretos rituais.



Os melhores caminhos são, normalmente, os alternativos, aqueles que nos afastam das rotas seguidas no dia-a-dia. Mesmo que mais longos.