Informação e investimento
No depósito de chocolate, um comentário ao post Quo Vadis? merece uma curta reflexão. Passo a citar:
"Parece que um dos argumentos utilizados pelos anti-europeístas e anti-globalização contra a Constituição Europeia é o facto de a maioria dos cidadãos portugueses não se interessar pelos destinos da UE.
Com esta teoria é o mesmo que dizer que, caso os jovens portugueses não se interessem pela escola, então desistasse de investir na Educação, porque os alunos só querem saber de futebol e de música.
Ok, o estilo bloquisto-radical volta à carga..."
Esta pérola do pensamento ocidental contemporâneo provém de um visitante daquele espaço, Peixoto. Ora, sinceramente, caro Peixoto, essa lógica de raciocínio enferma de um erro enorme; o de achar que aqueles que têm "tendências bloquistas-radicais"(?) pensam da mesma forma que uma determinada direita deste país, ao qual me parece que o caríssimo corre o risco de vir a pertencer, se não tem cuidado. É que, tal como o desinteresse por parte dos jovens pela escola não pode ser desculpa para o desinvestimento do Estado na Educação, também a falta de interesse dos cidadãos pela Europa não pode ser justificativo de um desinvestimento por parte do Estado e dos partidos políticos na informação e formação dos cidadãos para esta Europa que, como nos dizem, é desejável e inevitável! Qualquer Estado escrupuloso (sublinhe-se essa condicionante), ao ver nos seus cidadãos uma falta de conhecimento geral e de interesse por uma questão tão importante quanto o é a União Europeia para Portugal, imediatamente iniciaria um programa de investimento, precisamente, na informação cívica, na formação dos seus cidadãos, para a vida europeia, para aquilo que, inevitavelmente, será a realidade portuguesa futura. Mas não. A única Europa amplamente divulgada neste país é a da "redondinha". E as ocasiões fulcrais de informação europeia, como foi a campanha para as eleições que foram (só) há 10 dias atrás, são aproveitadas pelos "direitinhos" deste país para fazerem baixa política, baseada no insulto pessoal e na discriminação.
Não, caríssimo Peixoto, não me convence com essa lógica distorcida. Utilizar o desinteresse por algo como justificação para o desinvestimento nessa questão é uma falácea neo-liberal, zurzida à esquerda e à direita por elementos deste governo e dos partidos da coligação. É com lógicas distorcidas desse tipo que se justificam desinvestimentos na educação, investigação científica e afins. São lógicas desse género que nos fazem ser constantemente ultrapassados nesta maratona dos pequeninos.
"Parece que um dos argumentos utilizados pelos anti-europeístas e anti-globalização contra a Constituição Europeia é o facto de a maioria dos cidadãos portugueses não se interessar pelos destinos da UE.
Com esta teoria é o mesmo que dizer que, caso os jovens portugueses não se interessem pela escola, então desistasse de investir na Educação, porque os alunos só querem saber de futebol e de música.
Ok, o estilo bloquisto-radical volta à carga..."
Esta pérola do pensamento ocidental contemporâneo provém de um visitante daquele espaço, Peixoto. Ora, sinceramente, caro Peixoto, essa lógica de raciocínio enferma de um erro enorme; o de achar que aqueles que têm "tendências bloquistas-radicais"(?) pensam da mesma forma que uma determinada direita deste país, ao qual me parece que o caríssimo corre o risco de vir a pertencer, se não tem cuidado. É que, tal como o desinteresse por parte dos jovens pela escola não pode ser desculpa para o desinvestimento do Estado na Educação, também a falta de interesse dos cidadãos pela Europa não pode ser justificativo de um desinvestimento por parte do Estado e dos partidos políticos na informação e formação dos cidadãos para esta Europa que, como nos dizem, é desejável e inevitável! Qualquer Estado escrupuloso (sublinhe-se essa condicionante), ao ver nos seus cidadãos uma falta de conhecimento geral e de interesse por uma questão tão importante quanto o é a União Europeia para Portugal, imediatamente iniciaria um programa de investimento, precisamente, na informação cívica, na formação dos seus cidadãos, para a vida europeia, para aquilo que, inevitavelmente, será a realidade portuguesa futura. Mas não. A única Europa amplamente divulgada neste país é a da "redondinha". E as ocasiões fulcrais de informação europeia, como foi a campanha para as eleições que foram (só) há 10 dias atrás, são aproveitadas pelos "direitinhos" deste país para fazerem baixa política, baseada no insulto pessoal e na discriminação.
Não, caríssimo Peixoto, não me convence com essa lógica distorcida. Utilizar o desinteresse por algo como justificação para o desinvestimento nessa questão é uma falácea neo-liberal, zurzida à esquerda e à direita por elementos deste governo e dos partidos da coligação. É com lógicas distorcidas desse tipo que se justificam desinvestimentos na educação, investigação científica e afins. São lógicas desse género que nos fazem ser constantemente ultrapassados nesta maratona dos pequeninos.