segunda-feira, dezembro 05, 2005

"São voltas e voltas sem parar...

...em sonhos nocturnos, em sonhos de encantar."

Se há coisa que nunca me passou pela cabeça, foi ser algum dia professor. Quando o meu curso entrou na fase "séria", os resultados e o à-vontade de trato com parte importante do corpo docente auguravam, na cabeça de colegas sonhadores (alguns) e invejosos (muitos), um futuro promissor como assistente/professor/tachista (risquem o que preferirem). Como a realidade nem sempre é o que parece, a minha promissora carreira do lado de lá do ensino superior nem sequer começou. Na verdade, só se surpreenderam aqueles que acreditavam nisso. Não era nada que eu não soubesse previamente que não iria acontecer.

As voltas do país com este engenheiro-com-nome-de-filósofo-e-atitudes-de-contabilista ao leme levaram ao regresso da ideia de uma carreira no ensino. Apenas importa salientar que, ao invés de universitários, enfrento semanalmente uma plateia de alunos do 1º ciclo do Ensino Básico. Para lhes falar de algo tão importante para a vida deles como a Arqueologia (Yeah, right!).

Não sei muito bem qual será o resultado disto tudo. Mas sei que, entre as repreensões devido ao comportamento e das chamadas de atenção para explicar um conceito mais complexo (como por exemplo, o que é um fóssil), voltimeia ainda me consigo divertir.

Anteontem foi-me lançada a ideia, meio em jeito de desafio, meio em jeito de desejo, de enviar um currículo. Nada de especial, apenas informar uma instituição de que existo e que, caso queiram, terei todo o gosto em ali trabalhar. Para quê? Para, anos mais tarde, iniciar a tal carreira docente que muitos me alvitraram (ou não...).

Gostei da ideia, mas não é isso que importa. O que importa é que depois deste fim-de-semana posso dizer que sou uma pessoa resolvida. Comigo mesmo e com os outros. Pronto para apalpar terreno e encontrar um caminho tortuoso, mas bonito.