quinta-feira, junho 29, 2006

"Ai que giro, uma vértebra de bebéééééééé!!!..."

"(...) Para além das inferências paleodemográficas que a determinação da idade à morte possibilita, alguns autores referem a sua importância na reconstrução da esperança de vida, bem como a compreensão do processo de envelhecimento humano. Por outro lado, o correcto entendimento do processo de envelhecimento permite ter em atenção a remodelação contínua que este fomenta no esqueleto, que pode traduzir-se em influências ao nível da diagnose sexual. Finalmente, a relação preferencial de determinadas patologias com algumas faixas etárias dá ainda maior amplitude à avaliação da idade à morte.

A estimativa da idade à morte baseia-se não na idade cronológica – o período de tempo decorrido entre o nascimento e a morte do indivíduo – mas sim na idade biológica ou fisiológica – relacionada com a senescência fisiológica, química e sensorial. Assim, a idade biológica afigura-se como um reflexo do processo de envelhecimento do indivíduo, sendo a diferença entre esta e a idade cronológica difícil de atestar.

A complexidade desta tarefa é ainda incrementada pela variabilidade que se verifica existir no desenvolvimento humano, com indivíduos da mesma idade cronológica a poderem apresentar graus de desenvolvimento diferentes, podendo dar origem a atribuições etárias diferentes. O desafio está ainda em discernir onde termina a variabilidade individual e onde começam as metamorfoses universalmente relacionadas com a idade. Sendo as manifestações de idade muito mais subtis nos adultos que durante o período de desenvolvimento humano, a estimativa da idade à morte é mais exacta quanto mais jovem for o indivíduo, verificando-se uma maior aproximação das idades cronológica e biológica. (...)"