Os relativistas geracionais compulsivos
Uma das expressões mais enigmáticas para mim sempre foi o "conflito de gerações". Não que não entenda o seu significado, antes por achar que esse conflito se manifesta de modos que nada têm a ver com aquilo que habitualmente se pensa. Ao contrário do que é muitas vezes insinuado, esse conflito raras vezes tem origem na geração mais jovem. E, neste contexto, há uma classe que tem particular peso nos conflitos geracionais; os relativistas geracionais compulsivos.
Mas quem é que são estes gajos, pensará qualquer pessoa minimamente inteligente que tenha por hábito ler blogs de 2ª categoria, como é o caso deste?
Eu dou-vos um exemplo simples. Quem tenha visto a emissão da "Revolta dos Pastéis de Nata" de ontem, viu um caso desses em acção. Eu vi parte do programa por dois motivos; por ser um programa a que por vezes assisto + presença da Rita na emissão desta semana. E esses minutos a que assisti chegaram para perceber várias coisas:
1- A escolha dos convidados foi dos maiores erros de casting de que tenho memória. Ó LFB, isso foi mau, muito mau, mau demais, pá!
2- O amor e sexo, para uma certa geração de mulheres "que tiveram de lutar muito por uma vida sexual diferente da tradicional" (citação de memória), é mais ou menos o mesmo que comer (se calha a ser outra mulher, então, ficamos a saber que é como comer peixe).
3- Ana Santa Clara (isso não era um clube de futebol dos Açores?) pertence ao clube dos relativistas geracionais compulsivos. Perante a intervenção da Rita, relativa aos problemas específicos dos jovens no seu coming out, nomeadamente a possível perda de apoio familiar, tanto de um ponto de vista de estrutura mental, como de um ponto de vista económico, Santa Clara sai-se com um arrazoado sobre as dificuldades que ela própria e outras mulheres tinham passado por pertencerem a uma certa geração e blá-blá-blá... Sem esquecer a insinuação de que esses jovens tinham era que lutar, mexer, não serem comodistas... Enfim, tornem-se homens, carago!!!
Percebem agora o que é um relativista geracional compulsivo? É um mal que afecta particularmente uma certa geração portuguesa (actualmente algures entre os 40 e os 50), que leva a que constantemente teçam comparações descabidas, relativizando os problemas das gerações actuais em relação à sua. Essas comparações têm um sentido habitualmente comum a todas elas: "vocês são uns bandalhos preguiçosos, com miúfa de fazerem seja o que for. nós é que tivemos problemas a sério. façam-se à vida e deixem-se de lamúrias, que nós sofremos muito mais do que vocês sofreram, sofrem ou virão algum dia a sofrer!"
Na prática, estes representam o que de mais perigoso existe para um processo de desenvolvimento e abertura de mentalidades que se pretenda fazer neste país:
reaccionários empedernidos, disfarçados de ex-revolucionários, ex-combatentes das liberdades individuais, egoístas na forma como são incapazes de desejar que mais niguém enfrente as dificuldades que eles próprios enfrentaram!
Mas quem é que são estes gajos, pensará qualquer pessoa minimamente inteligente que tenha por hábito ler blogs de 2ª categoria, como é o caso deste?
Eu dou-vos um exemplo simples. Quem tenha visto a emissão da "Revolta dos Pastéis de Nata" de ontem, viu um caso desses em acção. Eu vi parte do programa por dois motivos; por ser um programa a que por vezes assisto + presença da Rita na emissão desta semana. E esses minutos a que assisti chegaram para perceber várias coisas:
1- A escolha dos convidados foi dos maiores erros de casting de que tenho memória. Ó LFB, isso foi mau, muito mau, mau demais, pá!
2- O amor e sexo, para uma certa geração de mulheres "que tiveram de lutar muito por uma vida sexual diferente da tradicional" (citação de memória), é mais ou menos o mesmo que comer (se calha a ser outra mulher, então, ficamos a saber que é como comer peixe).
3- Ana Santa Clara (isso não era um clube de futebol dos Açores?) pertence ao clube dos relativistas geracionais compulsivos. Perante a intervenção da Rita, relativa aos problemas específicos dos jovens no seu coming out, nomeadamente a possível perda de apoio familiar, tanto de um ponto de vista de estrutura mental, como de um ponto de vista económico, Santa Clara sai-se com um arrazoado sobre as dificuldades que ela própria e outras mulheres tinham passado por pertencerem a uma certa geração e blá-blá-blá... Sem esquecer a insinuação de que esses jovens tinham era que lutar, mexer, não serem comodistas... Enfim, tornem-se homens, carago!!!
Percebem agora o que é um relativista geracional compulsivo? É um mal que afecta particularmente uma certa geração portuguesa (actualmente algures entre os 40 e os 50), que leva a que constantemente teçam comparações descabidas, relativizando os problemas das gerações actuais em relação à sua. Essas comparações têm um sentido habitualmente comum a todas elas: "vocês são uns bandalhos preguiçosos, com miúfa de fazerem seja o que for. nós é que tivemos problemas a sério. façam-se à vida e deixem-se de lamúrias, que nós sofremos muito mais do que vocês sofreram, sofrem ou virão algum dia a sofrer!"
Na prática, estes representam o que de mais perigoso existe para um processo de desenvolvimento e abertura de mentalidades que se pretenda fazer neste país:
reaccionários empedernidos, disfarçados de ex-revolucionários, ex-combatentes das liberdades individuais, egoístas na forma como são incapazes de desejar que mais niguém enfrente as dificuldades que eles próprios enfrentaram!