sexta-feira, fevereiro 09, 2007

A campanha pelo Não do PNR a funcionar

Padre que vota «sim» está «possuído pelo diabo»

Populares das paróquias de Lordosa e Ribafeita, concelho de Viseu, dividem-se nas opiniões sobre a atitude do padre Manuel Costa Pinto, que assumiu que votará «sim» no domingo, com os mais radicais a considerarem que está «possuído pelo diabo», noticia a Lusa.

Na quarta-feira, o padre - que não tem paróquia atribuída mas realiza missas quando lhe pedem, nomeadamente em Lordosa e Ribafeita - justificou o voto no «sim» com a necessidade de acabar com a humilhação das mulheres em tribunal e o «verdadeiro infanticídio» a que obriga a lei actual.

«Mas que anda esse homem a fazer na Igreja? Só pode ter expulsado o Espírito Santo e admitido o diabo para chegar a esse ponto», disse à Agência Lusa, visivelmente revoltado, Domingos Alexandre, de 70 anos, que costuma assistir à missa do padre em Ribafeita.
Domingos Alexandre admite que a Igreja deve ser tolerante e perdoar, mas considera que «há pecados que não têm perdão e o que ele disse foi horrível».


«É um segundo rei Heródes: um matador de inocentes»

«É um segundo rei Heródes, é um matador de inocentes. E ainda por cima é um homem da Igreja», frisou, dizendo-se surpreendido com esta posição do padre, a quem nunca teve «nada a apontar» até hoje, quando tomou conhecimento das suas posições. Por isso, não hesita em defender que «deve ser expulso da Igreja».

As polémicas afirmações do padre, que já chegou a estar suspenso 17 anos por ter defendido o casamento dos padres, numa obra que escreveu no início da década de 70, foram o assunto da tarde de um grupo de mulheres frequentadoras da Igreja.

Maria Ester Boloto, de 73 anos, considera que «o padre Manuel deve estar possuído pelo diabo» e, por isso, não o quer mais na paróquia de Ribafeita, «uma terra muito religiosa, a terra da Madre Rita Amada de Jesus (beata)», cuja medalha traz ao peito numa corrente.

«Quem for religioso tem de o ser até ao fim. Ele está a dar maus exemplos, devia era dizer que apelássemos ao não. Na Alemanha, onde o aborto foi legalizado já não há crianças, só pretos. Querem que Portugal fique igual?», questionou.