quarta-feira, junho 16, 2004

Estou a ouvir as sirenes

O oliveirinha dizia-me, há cerca de uma hora atrás, que um incêndio tinha deflagrado a cerca de 200 m do local de trabalho dele e estava descontrolado, ameaçando casas e um depósito de gás doméstico.

Quando saí do trabalho, a coluna de fumo era demasiado evidente para que não a visse. Mas a direcção dela fez-me confusão; parecia vir de um pouco mais ao lado, da zona da nossa escavação! Fui até lá, afinal há uma estrada alcatroada que passa mesmo em frente e sempre dava para ver o tal incêndio de que ele me falara, a uma distância segura. A cerca de 200 m da escavação, dei por mim envolto numa nuvem de fumo e cinzas. E só depois percebi que, mesmo ao meu lado, estavam carros de bombeiros e homens que combatiam pequenas chamas (é uma zona de mato rasteiro). E, de repente, percebi que barulho de crepitar era aquele que vinha a ouvir.

É tudo igual, novamente. As pessoas apressadas nos carros, porque veêm a coluna de fumo próximo de suas casas; os pássaros a voarem descoordenados pelas vagas de fumo e de calor; o som das sirenes que acabam de passar na estrada junto a minha casa, apressadas e alarmantes.

O cheiro. Lembrava-me tão bem do cheiro, afinal.