quinta-feira, julho 08, 2004

M III

Sempre me pareceste alguém que sabia aquilo que queria, isso nunca foi algo que pusesse em causa. E isso agrada-me em ti, como tão bem sabes. Sempre respeitaste a minha individualidade, sempre aceitaste aquilo que sou, com todos os defeitos. Mas nem sempre respeitaste a minha vida, aquilo que quero fazer, do modo que quero fazer. E não te quero assim, não te posso querer assim. Porque não te faço o mesmo, não te aprisiono, não te imponho limites, quero que sejas quem és. Sei das dificuldades inerentes a esta minha opção e assumo-as. Nunca tive medo das dificuldades. Sei onde estão os meus limites e quando são ultrapassados e, consequentemente, eu próprio sou ultrapassado pelas circunstâncias, aceito as consequências dessa situação. Que nem sempre são felizes. Mas aceito-as, quando já não há espaço para lutar contra elas.

Há uma solução, obviamente. Mas não estou disposto a tomá-la. Tu não me podes querer em absoluto como sou nem eu a ti. Foi por isso que cada um seguiu o seu caminho. Não quer dizer que não estejas comigo, apenas de outra forma.

Nós não nos encontrámos. Fui eu quem chegou cedo demais. Um dia encontrar-me-ei com alguém, na hora certa. Quanto a ti, ser-te-á mais fácil, és mais paciente. Menos racional. Mais verdadeira.

E nem sempre percebias quando eu era só eu, quando não era parte de nós. Nem sempre tinhas a atitude que eu precisava que tivesses. Exigias atenção em momentos errados. E não ma deste em certos momentos, precisamente quando precisava. É sempre assim...

Desculpa se não sou tão lógico ou coerente como gostaria. Mas nem sempre aquilo que queremos ou de que gostamos tem as características que nos fariam melhor. Por vezes, até é exactamente o contrário. Nessa dúvida, ganha a necessidade ou a vontade?