quinta-feira, julho 15, 2004

Separadas as águas, nem sempre o que fica é o leito do rio

Há dias falava de caminhos alternativos. Os caminhos alternativos têm a vantagem de nos mostrar a realidade sob perspectiva. Nunca vamos ver uma determinada zona da mesma forma se, em vez do caminho habitual, tomarmos uma estrada secundária. Um caminho alternativo. Enfim, uma outra forma de chegar ao destino, que não a mais evidente.
É estranho, como às vezes um objectivo pode ser mais facil ou aprazivelmente atingido tomando a opção mais longa, mais distante, à primeira vista.

Como, por exemplo, a amizade. Que se obtém, por vezes, das formas menos evidentes. Estranho como há tanta procura de amizade mas, simultaneamente, tanta desconfiança da mesma. Como tu, inicialmente fizeste (não há que negar, é evidente e percebo porquê). Mas fico feliz por saber que já não é assim. E que percebes que há coisas que não se explicam, sentem-se, que, separadas as águas, nem sempre o que fica é o leito do rio.

Talvez seja a peculiaridade da própria situação. Eu próprio não o nego, não é algo a que esteja habituado. Mas deixei de me preocupar com isso, não sei bem porquê, confesso, mas soube rapidamente que não tinha de me preocupar com isso. O tempo mostrou que não estava enganado.

Espero que te tenhas apercebido finalmente disso. E da forma como te olho. Do caminho alternativo que percorremos, mas que nos leva, pelos vistos, a algo de bom.