segunda-feira, agosto 09, 2004

Mesmo sabendo que não acordo com o teu sorriso

Lembro-me que me apaixonei pelo teu sorriso, mal te vi. É sincero, aberto. E quando te ris, fá-lo sonoramente, mas não demasiado. É espontâneo, mas parece ensaiado, colocado exactamente onde queres que esteja. E como tudo parece tão simples, estando contigo. Como se tudo aquilo que te dissesse fosse natural, evidente. Amei-te e amo ainda, por seres quem és. Pelas tuas virtudes, mas sobretudo pelos teus defeitos. Por me recordares que não estou sozinho, que um mais um são dois, mas só quando queremos. Por me apresentares, enfim, linhas para um outro modo de encarar a vida.

Eu sei, penso demasiado. Juro, não faço de propósito! Ou julgas que também não me cansa? É curioso, como me mostro disposto a aceitar responsabilidades sob as quais já fraquejei no passado. Há quem lhe chame optimismo. Mas também há quem ache que é tendência para o abismo. Ou mera burrice. Para os mais esotéricos, será karma. Seja lá o que for, tem a capacidade de me dar as melhores e as piores sensações. É puro masoquismo, a submissão ao sofrimento, para obter alguns períodos de felicidade e prazer.

Mas tergiverso (sempre quis utilizar este verbo num post!). Lembro-me novamente do teu sorriso. E esta tempestade amaina, bem comandada pelo teu punho de Poseidon. Ocupas-me novamente os pensamentos e, mesmo sabendo que não acordo com o teu sorriso, sinto a felicidade de ter a capacidade de amar alguém tão belo como tu.