terça-feira, agosto 03, 2004

E não seria de estranhar que uma curta chuvada germinasse a mais bela das flores.

A mudança repentina é algo de que muita gente foge, com medo das consequências (ou, por vezes, da falta delas). No entanto, existem mudanças bruscas, que se dão de forma extremamente rápida, que se revelam como a melhor opção que podíamos ter feito (mesmo quando não tivemos qualquer tipo de escolha ou opção no processo que nos levou a tal). Há coisas que, pura e simplesmente, nos deixam desarmados, perante a rapidez com que acontecem e com as consequências que podem vir a trazer-nos.

Como uma chuva de Verão, que chega sem grandes pré-avisos e que normalmente cai em grossas gotas, sem dar a mínima hipótese; encharca-nos e pronto! O mais interessante dessa chuva é que, sendo curta, pode ter consequências bem maiores do que imaginamos. Pode ser uma preciosa ajuda a amainar alguns fogos. E não seria de estranhar que uma curta chuvada germinasse a mais bela das flores.

Como uma chuva de Verão, chegaste. Uma chuva que cai em catadupa, barragem aberta, onde não existem limites. Que não esperavamos. Mas que nos apetece abraçar com todo o corpo, recebê-la, alguém dizia que como se fossem beijos. E como chuva de Verão, deixas para trás o cheiro da terra molhada, vida que acorda de uma hibernação de estio. E como chuva de Verão, não me incomoda nada quando chegas. E basta-me receber-te de braços abertos, sentir os teus beijos que não são meus. E olhar para mim, a ver quais as mudanças que podes gerar e qual a flor que farás nascer.