sábado, novembro 06, 2004

Sem ti, sou maçã colhida

Perguntam-me da real certeza daquilo que sinto por ti. Carece de explicação, um facto absolutamente concreto? De certeza maior que aquela que me é dada por mim mesmo? Quando é o corpo que se revolta e nos atira à cara que nem eu nem ele podemos viver sem tu e o teu corpo, respectivamente? Quando este mal-estar se apodera dos sentidos, que maior certeza posso ter?

A resposta sai curta e clara. Mas fica-me a minha resposta a mim mesmo a ressoar na mente.

É de ti que provenho. Não cessa de me surpreender, aquilo que fizeste de mim. O momento em que decidiste tirar-me dessa água estagnada que me apodrecia, engolia... Para me mostrar que há motivos para espernear. Para ter auto-confiança. Da tua imensa humanidade, paixão e compreensão, comecei de novo, com novos objectivos e nova postura.

Sem ti, sou maçã colhida, separada da sua árvore geradora. Sou fruto do facto de seres um ser humano extraordinariamente belo. De conteres em ti toda a ternura de alguém que ama, realmente, o próximo.