segunda-feira, junho 20, 2005

Heeeeeeeeere's Johnny!!!

Regressado das terras altas deste país, há uma mistura de sentimentos que, felizmente, não se consegue sobrepôr à sensação de necessidade de acelerar ainda mais o ritmo de trabalho. Felizmente, porque esta não é altura para grandes distrações. Cada dia conta, num sprint final para acabar o ano lectivo.

Regresso daquela que foi, para mim, a semana mais produtiva em termos de aprendizagem da minha vida. Não imaginava que fosse possível abrir perspectivas tão alargadas num tão curto espaço de tempo. Mais uma vez, enganei-me. Felizmente.

Por outro, tive mais uma confirmação em como não é o nível de formação académica (nem a idade) que facilita o extermínio da ignorância. Chamo-lhe ignorância para não dizer outra coisa. Esta semana pude ouvir pérolas da boca de colegas de turma do calibre de "aquilo em Viseu é que é" (sendo aquilo, "aquilo" que vocês estão a pensar), a afirmações tenebrosas sobre as capacidades intelectuais do meu colega (e companheiro de quarto crónico nestas deslocações) senegalês. De tudo o que de mais absurdo possam imaginar passa pela boca de 80% da turma. De tudo o que de mais baixo e aviltante da inteligência humana (que ainda acredito existir por vezes) pode surgir, ouvi eu esta semana.

E há uma questão que emerge; não deveria ser obrigatório um teste de cidadania para aceder a cursos superiores (licenciatura, mestrado e doutoramento), de forma a evitar que pessoas (além de burras, desinteressadas e inconscientes do tipo de formação que deve ser ministrada num mestrado) racistas, xenófobas, homófobas e intolerantes perante outras religiões (tudo junto, isso mesmo) a eles pudessem aceder?