Para variar, casamento heterossexual
Diz-me uma amiga que eu sei bem estar em fase pré-casadoira (ou seja, já caçou o pato e começa lentamente a depená-lo) que acha as despedidas de solteiro/a uma treta. Que não há nada mais ridículo do que andarem com um apito no alto da cabeça. Visto que ainda não tinha bebido cervejas suficientes para que aquilo fizesse sentido, uma pergunta impunha-se:
"Andar com o quê na cabeça?!"
"O caralhito!"
Ah, bom, afinal era só a música a fazer das suas...
Bem a propósito, conto-lhe a última conversa que tive sobre esse assunto, em que meia-dúzia de argumentos adequadamente atirados puseram alguém que 5 minutos antes tinha afirmado achar piada a essas manifestações de proto-alegria-matrimonial (que paradoxo!) com um ar apalermado a balbuciar um tímido "pois, és capaz de ter razão, nunca tinha pensado nisso assim..."; o argumento principal era simples e utilizando uma das técnicas argumentativas mais velhas do mundo: utilizar um exemplo pessoal hipotético, como se este servisse de modelo paradigmático. Ou seja, só tinha dito a essa pessoa o seguinte:
"Se eu alguma vez me estivesse para casar com alguém que, na véspera do casamento se passeasse em público rodeada de mais 20 mulheres afectadas por um ataque súbito de loucura pré-marital (será realmente a tal ideia de que os outros ficam sempre excitados perante a perspectiva de alguém que conhecem vir a ter sexo - sobretudo regularmente -, mais até que o próprio visado pela disponibilidade sexual?), alegremente decorada com 30 mil pilas por tudo o que é sítio, acho que repensava a minha real vontade de me casar com essa pessoa."
"Essa queria era casar-se contigo!", atira-me a amiga em fase pré-casadoira a quem contava a história.
Que mania a minha, de debater coisas com pessoas cujo enquadramento paradigmático impossibilita que compreendam aquilo que quero realmente dizer...
"Andar com o quê na cabeça?!"
"O caralhito!"
Ah, bom, afinal era só a música a fazer das suas...
Bem a propósito, conto-lhe a última conversa que tive sobre esse assunto, em que meia-dúzia de argumentos adequadamente atirados puseram alguém que 5 minutos antes tinha afirmado achar piada a essas manifestações de proto-alegria-matrimonial (que paradoxo!) com um ar apalermado a balbuciar um tímido "pois, és capaz de ter razão, nunca tinha pensado nisso assim..."; o argumento principal era simples e utilizando uma das técnicas argumentativas mais velhas do mundo: utilizar um exemplo pessoal hipotético, como se este servisse de modelo paradigmático. Ou seja, só tinha dito a essa pessoa o seguinte:
"Se eu alguma vez me estivesse para casar com alguém que, na véspera do casamento se passeasse em público rodeada de mais 20 mulheres afectadas por um ataque súbito de loucura pré-marital (será realmente a tal ideia de que os outros ficam sempre excitados perante a perspectiva de alguém que conhecem vir a ter sexo - sobretudo regularmente -, mais até que o próprio visado pela disponibilidade sexual?), alegremente decorada com 30 mil pilas por tudo o que é sítio, acho que repensava a minha real vontade de me casar com essa pessoa."
"Essa queria era casar-se contigo!", atira-me a amiga em fase pré-casadoira a quem contava a história.
Que mania a minha, de debater coisas com pessoas cujo enquadramento paradigmático impossibilita que compreendam aquilo que quero realmente dizer...