sábado, julho 10, 2004

A História repete-se

A História tem destas coisas, por vezes repete-se.

Em 1580, Portugal perdia a sua independência perante Espanha. Passaríamos, não imediatamente no reinado de Filipe I, mas no do seu filho, Filipe II (até ao fim da dominação espanhola, com Filipe III), a ser fortemente subjugados, perdendo-se a política de respeito para com os nobres portugueses, ao nível de privilégios e cargos da Coroa. Em 1580, morria Camões, desiludido com o estado em que se encontrava a sua bem-amada Pátria. Mais tarde seria considerada esta coincidência como um presságio dos maus tempos que o país teria pela frente.



Hoje, inicia-se um novo ciclo do país. Jorge Sampaio, Presidente da República, permite que Pedro Santana Lopes, presidente do PSD, até este momento presidente da Câmara Municipal de Lisboa, conhecido bon-vivant, com um programa político desconhecido e situações polémicas em quase todos os cargos que ocupou, se torne Primeiro-Ministro, sem para isso se submeter ao escrutínio eleitoral. Não se sabe o que será o futuro de Portugal. Mas também hoje Maria de Lurdes Pintassilgo morreu. Deixa-nos como último legado a sua opinião sobre esta mesma crise política. Disse ela que "atravessamos a maior crise política desde o 25 de Abril".
Só nos resta saber que diria ela hoje se ainda vivesse e que filhos nos reserva Pedro Santana Lopes.



Parafraseando Pacheco Pereira, pobre país o nosso, que tem de sofrer sempre os seus momentos-chave dilacerado pela perda daqueles que tanto o amaram!