terça-feira, julho 20, 2004

Saudades do futuro

Às vezes o afastamento aproxima. É algo que nunca percebi, mas que acontece mais frequentemente do que se pensa. As raras vezes que me afasto daqui por mais que umas horas, fazem com que regresse sempre com uma nova vontade. Estar longe da pessoa que se ama só faz com que os momentos passados juntos sejam aproveitados e vividos ao máximo. Ver um amigo muito poucas vezes traz-nos uma felicidade imensa quando o vemos. Quando se abre a barragem de sentimentos acumulados, o único receio é que as comportas se estilhacem. Deve dar-se aqui o estranho caso que propicia a que praticamente apenas os portugueses compreendam na totalidade o conceito de saudade.

Leva isto a que me lembre tão amiúde de ti. Porque gostava de te ver mais vezes. Por isso as demonstrações de carinho são tão efusivas. Por isso a vontade frequente de ter notícias tuas. Será isto a amizade mais pura de que me consigo lembrar. Percebes agora porque a fronteira com o amor é mais ténue? E porque me fazes tão bem. Para quem dá, algo de simples, para quem recebe, calor na sua forma mais primordial.

Quero-te a meu lado. Dás-me saudades de um futuro que não conheço!