quinta-feira, dezembro 02, 2004

Quando os olhares não se suportavam mutuamente

Logo a mim, que não sou dado a crenças no "Além" é que me calham as premonições...
Eu já sabia. Bolas, como é que eu já sabia?! E, se já sabia, porque é que não fiz nada para impedir? Mais uma olhada, mais uma última busca, para ter a certeza que não me falhava nenhum livro... Um último olhar, que me prendesse um segundo mais, um instante mais para sermos presenças-fantasma no dia um do outro.

Mas não houve sequer tempo para respirar, pensar no que se vai dizer. Antes assim. Os sorrisos disseram tudo o que tinham a dizer, quando os olhares não se suportavam mutuamente. E quando o teu ombro estremece a cada vez que lhe toco, as nossas facilidades de comunicação desaparecem. E a minha garganta seca.

Tudo o resto? Conversa de circunstância...