"Erros meus, má fortuna... II"
Fiz-te a única coisa que não podia, sob motivo algum, fazer. Assumo-o agora, tal como já o assumi no passado. Perante mim, perante os outros, perante ti. Falhei quando mais precisavas que não o fizesse. Tirei-te o tapete. Matei a flor que tanto me tinha esforçado por cultivar. E que, peito aberto, tinhas permitido que florescesse. Destruí-te as ilusões. Que não o eram, pois eram (são, juro-te!) reais. Bem reais. Tão reais quanto o amor que te tenho. Nele profundamente enraizadas. Filhas directas.
Mais uma vez provei a mim mesmo ser indigno de respeito, confiança, amor. Mais uma vez. Mais uma vez, finjo-me superior a tudo, capaz de ultrapassar mais esta adversidade. Mas tu sabes que não é assim. E eu também. Desta vez, o passo é maior que a perna. Desta vez, não há máscara que resista, não há força interior que sobrevenha. Não há âncora a que me agarrar até a tempestade passar. Porque ela não parece querer amainar.
Nesta rota perdida, onde sei que não tenho já farol que me guie, afogo-me na escuridão de te ter tido e não ter sido capaz de te merecer. Já me tornei náufrago, escolho à deriva. Não me mates agora com o teu silêncio...
Mais uma vez provei a mim mesmo ser indigno de respeito, confiança, amor. Mais uma vez. Mais uma vez, finjo-me superior a tudo, capaz de ultrapassar mais esta adversidade. Mas tu sabes que não é assim. E eu também. Desta vez, o passo é maior que a perna. Desta vez, não há máscara que resista, não há força interior que sobrevenha. Não há âncora a que me agarrar até a tempestade passar. Porque ela não parece querer amainar.
Nesta rota perdida, onde sei que não tenho já farol que me guie, afogo-me na escuridão de te ter tido e não ter sido capaz de te merecer. Já me tornei náufrago, escolho à deriva. Não me mates agora com o teu silêncio...