Património(s)
Tornou-se acesa hoje a discussão em torno da necessidade da exactidão dos conceitos e da correcta utilização dos mesmos. A forma como a dialéctica me foi transmitida leva-me a defender o mesmo. Neste caso, falava-se de património. E sendo o património um horizonte (cada vez mais) vasto, mais premente se torna esta necessidade.
Creio que todos temos uma noção mais ou menos homogénea do que é património. Se nos perguntassem o que entendemos por património, muito provavelmente as respostas andariam em torno dos monumentos e obras de arte. Ou seja, é consensual a ideia de património artístico e arquitectónico como sendo representativos do conceito de património. Mais lentamente nos lembraríamos do património arqueológico e etnográfico. E, a menos que andemos atentos, não nos lembraríamos dos conceitos de património intangível e de paisagem cultural.
O facto é que, se levarmos à letra todas as definições que existem actualmente de património(s), verificamos que tudo é património. O que não deixa de ser verdadeiro. Afinal, tal como o conceito de cultura abarca a noção de que todos nós temos uma cultura, também é claro que todos temos um património. Algo que definimos como valioso, não monetariamente, mas porque cultural ou identitariamente nos diz algo ou nos provoca curiosidade.
Paradoxalmente, o património arqueológico, particularmente o de cronologias pré-históricas, tende a ser sub-valorizado pelo público não especializado. Sobretudo se comparado com o património arqueológico de cronologia histórica, romano ou medieval, por exemplo. Paradoxal, porque, cultural e identitariamente, o património pré-histórico diz algo a todos nós; conta-nos a história mais rocambolesca, longa e determinante para a História humana. Quando tudo aquilo que somos hoje ganhou forma e grande parte dos conhecimentos de base do nosso desenvolvimento social e tecnológico foram adquiridos.
Que me perdoem os colegas "Históricos", não se trata aqui de uma provocação ou menorização do vosso trabalho. Apenas um desabafo de um "Pré-Histórico" que por vezes precisa alijar a carga.
Creio que todos temos uma noção mais ou menos homogénea do que é património. Se nos perguntassem o que entendemos por património, muito provavelmente as respostas andariam em torno dos monumentos e obras de arte. Ou seja, é consensual a ideia de património artístico e arquitectónico como sendo representativos do conceito de património. Mais lentamente nos lembraríamos do património arqueológico e etnográfico. E, a menos que andemos atentos, não nos lembraríamos dos conceitos de património intangível e de paisagem cultural.
O facto é que, se levarmos à letra todas as definições que existem actualmente de património(s), verificamos que tudo é património. O que não deixa de ser verdadeiro. Afinal, tal como o conceito de cultura abarca a noção de que todos nós temos uma cultura, também é claro que todos temos um património. Algo que definimos como valioso, não monetariamente, mas porque cultural ou identitariamente nos diz algo ou nos provoca curiosidade.
Paradoxalmente, o património arqueológico, particularmente o de cronologias pré-históricas, tende a ser sub-valorizado pelo público não especializado. Sobretudo se comparado com o património arqueológico de cronologia histórica, romano ou medieval, por exemplo. Paradoxal, porque, cultural e identitariamente, o património pré-histórico diz algo a todos nós; conta-nos a história mais rocambolesca, longa e determinante para a História humana. Quando tudo aquilo que somos hoje ganhou forma e grande parte dos conhecimentos de base do nosso desenvolvimento social e tecnológico foram adquiridos.
Que me perdoem os colegas "Históricos", não se trata aqui de uma provocação ou menorização do vosso trabalho. Apenas um desabafo de um "Pré-Histórico" que por vezes precisa alijar a carga.