Interlúdio - o Litanias sempre ao serviço do bem-estar do leitor
Durante uma visita a um Hospital de loucos, Sócrates pergunta ao director qual o critério para definir se um paciente está curado ou não.
- Bem, diz o director, nós enchemos uma banheira e oferecemos uma colher de chá e uma chávena e pedimos para esvaziar a banheira.
- Entendi, diz Sócrates, uma pessoa normal escolhe a chávena, que é maior.
- Não, responde o director, uma pessoa normal tira a tampa do ralo...
E o meu já está a arquitectar o plano de fuga...
Da mais pequena coisa nascem as maiores surpresas
A vida tem os seus próprios métodos de nos obrigar a crescer. E quase nenhum deles está relacionado com aniversários. A maior parte das vezes, trata-se apenas de uma conjugação de factores. Se num determinado momento de fragilidade há alguém que nos dá a mão, leva-nos a condição humana a pensar que há valores mais altos no que toca ao amor. Se, ainda para mais, o gesto vem acompanhado das mais profundas demonstrações desse mesmo sentimento, tudo parece simples. E se há coisa que me agrada ultimamente é a simplicidade.A dedicação, o encorajamento constantes nos momentos mais difíceis constituem um incentivo e uma alegria indispensáveis. Fazem com que tragamos sempre connosco uma sensação de reconforto que facilita o dia mais cinzento e nos faz sentir em casa quando estamos com quem demonstra tanto querer dar. Tamanhos sentimentos constituíriam uma dívida caso houvesse na retribuição alguma obrigação. Porque quando assim não é, trata-se apenas do impelimento natural de quem se apaixona por algo ou alguém, para a retribuição merecida.Serve tudo isto para dizer que costuma ser no seio das maiores angústias que nasce uma felicidade que nos conforta.
Message Board
Quebra-se hoje com um dia de atraso (uma vez sem exemplo) o enguiço. Porque tem de ser, a data assim obriga. Cumpriram-se ontem 25 anos desde que mandei o primeiro berro para o mundo. Pelos vistos, ele ainda não ouviu. Acho que é melhor continuar a berrar, pelo sim, pelo não.
Nota: As únicas prendas que me interessavam realmente não as recebi, claro. Esta não é altura de comemorações. E eu próprio preferia não ter feito anos ontem.Mudando de assunto, quando é que volto a ter-te comigo?
Aviso à navegação
Atravessam-se momentos difíceis. Este blog fica e ficará, por tempo indeterminado, em stand-by. Não que eu ande demasiado ocupado, feliz ou despreocupado. Apenas há alturas em que tudo o resto deixa de ser tão importante como parecia. Aqueles que venham a saber o que se passa compreenderão, seguramente.Neste momento, não sei dizer quando volto a escrever alguma coisa. Pode ser ainda hoje, amanhã, para a semana ou só para o mês que vem. Logo se vê. É a história da minha vida, por estes dias; logo se vê.
Porque hoje o dia está mesmo bom para ficar a olhar do lado de cá da janela com um sorrisinho parvo nos lábios...
Why don't you stayI feel lucky todayGive me a chanceand I'll show you the wayI know some day you'll be mineyou will know tooit's a matter of timeOh! Let me hold your handPlease, let your heart beat againYou know I daydream of youI'm so in loveit's too good to be trueYou make me smileas I look into your eyesMy heart is fulllike my very first timeIt's like I was born againI just can't sayhow happy I amOh! let me hold your handPlease, let your heart beat againHappiness - Rodrigo Leão
"O Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros alerta para a aproximação da tempestade tropical Silva"
Agora que o Vince me começa a cair em cima (fraquinho, felizmente, mas lá que chove bem, chove), lembro-me de uma conversa de ontem à noite. Esta treta da americanização dos fenómenos naturais já cheira mal, realmente. É a Katrina, a Rita, agora o Vince... Só o tsunami se safou de ser conhecido como Smith ou Jack pela conveniência de ter ocorrido precisamente na parte do mundo em que a sonoridade do termo já existente é mais familiar.Para quando nomes nacionais para os fenómenos naturais nacionais, pergunto eu? Ou alguém duvida que uma tempestade tropical Maria da Conceição, um furacão Silva ou um tornado Antunes fariam muito mais impacto do que um Vince qualquer?
Efeito Doppler
Quando nos apercebemos que somos o primeiro carro a chegar perto de um outro acabado de capotar, parece haver uma distorção do tempo. Enquanto paro, o pendura telefona para o 112 e o terceiro sai do carro quase em andamento. É extraordinário como tudo parece ser tão lento (ou tão rápido?). Verificar que existe uma pessoa no interior, que o carro deita um fumo que dá o ar hollywoodesco à cena ("vai explodir, não vai explodir?"), controlar o trânsito enquanto uma providencial viatura militar descarrega 30 feijões-verdes que começam a levantar o jipe enquanto o condutor rasteja para fora pela traseira (e ainda dizem que a tropa não faz nada). Ver a GNR e a ambulância chegar e perceber que não há mais a fazer por ali. Como tudo já lá vai, como é já passado aquilo que momentos antes era presente e futuro incertos.
Understanding others is way much more than just listening to them while they cum
Havia em ti algo de indecifrável, insoluto, imperceptível. Até hoje. Até perceber o que era isso que me encantava, me surpreendia, me desmoronava como ser exemplar de fortalezas fingidas. Compreendes-me. O que é mais do que a (esmagadora) maioria que ocupou o teu lugar alguma vez pode dizer.As horas levam tanto tempo a passar...
Mais RTP – Revisionistas Trapalhões de Portugal
Hoje é de aproveitar, que a RTP pôs-se a jeito… É apresentada a reportagem contidamente revoltada do jovem brilhante que, com média de 18,3 não consegue a entrada em Medicina, sendo ultrapassado por colegas com médias inferiores oriundos das ilhas! Coitadinho! Mas qual é a ideia da reportagem? Defender que os alunos das ilhas não deveriam ter acesso a um regime especial? Escamotear os factos que demonstram que cabe ao governo tomar medidas em relação ao autismo existente no acesso ao Ensino Superior, nomeadamente nos cursos de Medicina?
Interessante seria que propusessem ao aluno “prejudicado” mudar-se para uma das Regiões Autónomas! Será que aceitava? Assim já era “beneficiado”, como aqueles malandros, mandriões que lhe roubaram o lugar na Universidade! Será que na RTP se conhece o conceito de insularidade e todas as vantagens e desvantagens que, num Estado moderno e com preocupações sociais, lhe devem ser inerentes?
RTP – Republicanos Trôpegos Portugueses
Acabo de ver a reportagem da RTP sobre o eclipse. Muitas infografias animadas, entrevistas com elementos da Universidade do Porto, enfim, um trabalhinho como convém, na estação pública. A compor o ramalhete, uma pequena reportagem anexa, sobre os eclipses anulares visíveis em Portugal no passado, nomeadamente o de 1912. Apresentam-se reproduções do Diário de Notícias da data, contam-se as reacções emocionadas da população e regista-se o interesse manifestado, inclusive, pelo rei (tudo devidamente acompanhado de imagens da época). Tudo certinho, como mandam os livros, sim senhor! Ah, mas esperem lá! A monarquia não tinha acabado em 1910?! Ah, o 5 de Outubro é só depois de amanhã? Ora, então, que é que interessam mais 2 anos, menos 2 anos?! Tu e essa tua mania dos preciosismos, Tiago, sinceramente…