quarta-feira, junho 29, 2005

Para ti

terça-feira, junho 28, 2005

Da utilidade das belugas - anexo bibliográfico

"O contexto social e cultural em que vivemos é, por excelência, uma realidade nostálgica, rememorativa e recuperadora de elementos do passado. Trata-se de uma tendência transversal entre a cultura popular e a cultura dita erudita, demonstrada nos mais diversos campos. Do ressuscitar de uma imagética associada a roupas de inspiração retro à cultura da reciclagem musical – campo em que temos assistido, particularmente nos últimos anos, a fenómenos de colagem ao passado e recuperação de sonoridades e fórmulas claramente identificadas com épocas específicas (veja-se, a título de exemplo, recentes aproximações à estética dos anos 80) – ou numa maior importância mediática dada ao património histórico e cultural, associada também ao fenómeno de proliferação de núcleos museológicos e museus, vários são os indicadores que permitem afirmar que o Passado está na moda. Algures entre a necessidade humana de uma base de sustentação social suportada pela memória e a associação de realidades diversas num mesmo contexto (fruto da transitoriedade de uma realidade pós-moderna), a sociedade actual parece estruturar-se num referencial amplo, que possibilita e aceita a junção de elementos e realidades aparentemente díspares, na criação de um discurso conceptual ordenado.

É na criação e gestão destes novos discursos culturais (e/ou científicos) que a Museografia desempenha um papel cada vez mais importante, visto estabelecer parâmetros, linhas de trabalho que permitem dar coerência interna às mensagens, estímulos e provocações que se pretendem transmitir aos mais variados públicos (ou a determinados públicos específicos). São, portanto, os critérios museográficos aqueles que geram a coesão necessária a esse discurso para o tornar inteligível ao verdadeiro alvo das actividades de musealização: o(s) público(s). (...)"


Quando acabei, julgava que tinha escrito o post mais longo da minha vida.

Hollywood stuntmen

Ver o pneu de um camião rebentar à nossa frente quando nos vamos a preparar para o ultrapassar é sempre uma boa forma de começar uma tarde.

Ah, sabem aquela treta de nos passar a vida à frente dos olhos num segundo? Afinal é verdade.

Da utilidade das belugas

Questionam-se, de tempos a tempos, mentes incautas sobre a utilidade de manter um blog. É uma questão pertinente, de facto. Qual é o interesse em ter um blog, qual a utilidade para as nossas vidas de perdermos tempo a configurar um template, aturarmos as birras dos servidores (seja o Blogspot, o Photobucket, o Haloscan...), escrevermos regularmente (sabendo que temos de ter a preocupação de escrever um pouco melhor que no dia-a-dia) e, de vez em quando, termos de aturar uns engraçadinhos que fazem comentários a despropósito e/ou insultuosos? Para quê, realmente?

O facto é que através de um (um?) blog já fiz amizades, encontrei e mantive amor, conheci colegas de profissão, companheiros ideológicos e novas fontes alternativas de informação. Que diabo, mas o mais extraordinário foi quando o blog (e a sua forma de escrita própria) invadiu trabalhos académicos! Não acreditam? Eu daqui a pouco já vos mostro o que é um relatório-post...

domingo, junho 26, 2005

Que se lixe, é Domingo...

...aqui vai disto!


Teoria geográfica da escala de valores de uma sociedade OU "Eu estive em Vila Real uma semana"

A geomorfologia regional de implantação de uma localidade tem implicações directas na mentalidade dos seus habitantes.

Para variar, casamento heterossexual

Diz-me uma amiga que eu sei bem estar em fase pré-casadoira (ou seja, já caçou o pato e começa lentamente a depená-lo) que acha as despedidas de solteiro/a uma treta. Que não há nada mais ridículo do que andarem com um apito no alto da cabeça. Visto que ainda não tinha bebido cervejas suficientes para que aquilo fizesse sentido, uma pergunta impunha-se:
"Andar com o quê na cabeça?!"
"O caralhito!"
Ah, bom, afinal era só a música a fazer das suas...

Bem a propósito, conto-lhe a última conversa que tive sobre esse assunto, em que meia-dúzia de argumentos adequadamente atirados puseram alguém que 5 minutos antes tinha afirmado achar piada a essas manifestações de proto-alegria-matrimonial (que paradoxo!) com um ar apalermado a balbuciar um tímido "pois, és capaz de ter razão, nunca tinha pensado nisso assim..."; o argumento principal era simples e utilizando uma das técnicas argumentativas mais velhas do mundo: utilizar um exemplo pessoal hipotético, como se este servisse de modelo paradigmático. Ou seja, só tinha dito a essa pessoa o seguinte:
"Se eu alguma vez me estivesse para casar com alguém que, na véspera do casamento se passeasse em público rodeada de mais 20 mulheres afectadas por um ataque súbito de loucura pré-marital (será realmente a tal ideia de que os outros ficam sempre excitados perante a perspectiva de alguém que conhecem vir a ter sexo - sobretudo regularmente -, mais até que o próprio visado pela disponibilidade sexual?), alegremente decorada com 30 mil pilas por tudo o que é sítio, acho que repensava a minha real vontade de me casar com essa pessoa."

"Essa queria era casar-se contigo!", atira-me a amiga em fase pré-casadoira a quem contava a história.

Que mania a minha, de debater coisas com pessoas cujo enquadramento paradigmático impossibilita que compreendam aquilo que quero realmente dizer...

sexta-feira, junho 24, 2005

Obsessão da semana

I was lying in my bed last night staring
At a ceiling full of stars
When it suddenly hit me
I just have to let you know how I feel
We live together in a photograph of time
I look into your eyes
And the seas open up to me
I tell you I love you
And I always will
And I know that you can't tell me
So I'm left to pick up
The hints, the little symbols of your devotion
I feel your fists
And I know it's out of love
And I feel the whip
And I know it's out of love
I feel your burning eyes burning holes
Straight through my heart
It's out of love
I accept and I collect upon my body
The memories of your devotion

Antony and the Johnsons - Fistful of Love

Apelo à criatividade

Por aqui pedem-se sugestões para uma expressão simétrica a "esquerda-caviar". A lista culinária já vai longa. A minha sugestão é:

direita-petinga!

quinta-feira, junho 23, 2005

Profissão de fé

Não foi o teu físico que me atraiu. Se assim fosse, como explicar um amor que nasceu de palavras, que de palavras é alimentado, que na palavra encontra razão de ser? Não foram curvas perfeitas e traiçoeiras que me perderam. Não foi um peito perfeito, um estômago liso e musculado, um corpo de revista que me fez sentir aquilo que sinto por ti. Não foi por acordar junto a uma capa de revista transfigurada em carne e osso que baixei as defesas e te deixei ver, desde o início, tudo aquilo que esta minha mente tortuosa permite que alguém veja. Não foi uma doçura permanente e, sub-repticiamente, submissa, que me conquistou. Não, não foi.

Foi a certeza de ter finalmente compreendido o conceito de alma gémea. A sensação indelével de me ter finalmente realizado enquanto ser humano. A visão aterradora da vida sem ti, a percepção de que tudo fazia mais sentido desde o dia em que nos conhecemos. O sentimento persistente desde o dia em que falámos pela primeira vez, ainda palavras sem rosto, de que junto a ti estavam as respostas para muitas das perguntas que ao longo dos anos foram surgindo, trouxe-me a paz que necessito e anseio.

Não és solução, fórmula mágica. És apenas a pessoa que melhor me compreende e aceita. E só isso basta para que, enquanto me quiseres, seja teu. Infinitamente teu, com mais força que qualquer desânimo, insatisfação ou vitimização. Teu, apenas para crescer mais a teu lado, com tudo aquilo que ainda tens para me ensinar.

E nada disto chega para me abalar a ideia de ter encontrado a mulher mais bonita do mundo quando vejo os teus olhos e me perco no teu sorriso.

terça-feira, junho 21, 2005

Já que me lembras desta senhora:

I wish: I want to stay here
I wish: This be enough
I wish: I only love you
I wish: Simplicity

Look at the speed out there
It magnetizes me to it
And I have no fear
I'm only into this to

Enjoy

I wish I'd only look
And didn't have to touch
I wish I'd only smell this
And didn't have to taste

How can I ignore?
This is sex without touching
I'm going to explore
I'm only into this to

Enjoy

Björk - Enjoy

segunda-feira, junho 20, 2005

Heeeeeeeeere's Johnny!!!

Regressado das terras altas deste país, há uma mistura de sentimentos que, felizmente, não se consegue sobrepôr à sensação de necessidade de acelerar ainda mais o ritmo de trabalho. Felizmente, porque esta não é altura para grandes distrações. Cada dia conta, num sprint final para acabar o ano lectivo.

Regresso daquela que foi, para mim, a semana mais produtiva em termos de aprendizagem da minha vida. Não imaginava que fosse possível abrir perspectivas tão alargadas num tão curto espaço de tempo. Mais uma vez, enganei-me. Felizmente.

Por outro, tive mais uma confirmação em como não é o nível de formação académica (nem a idade) que facilita o extermínio da ignorância. Chamo-lhe ignorância para não dizer outra coisa. Esta semana pude ouvir pérolas da boca de colegas de turma do calibre de "aquilo em Viseu é que é" (sendo aquilo, "aquilo" que vocês estão a pensar), a afirmações tenebrosas sobre as capacidades intelectuais do meu colega (e companheiro de quarto crónico nestas deslocações) senegalês. De tudo o que de mais absurdo possam imaginar passa pela boca de 80% da turma. De tudo o que de mais baixo e aviltante da inteligência humana (que ainda acredito existir por vezes) pode surgir, ouvi eu esta semana.

E há uma questão que emerge; não deveria ser obrigatório um teste de cidadania para aceder a cursos superiores (licenciatura, mestrado e doutoramento), de forma a evitar que pessoas (além de burras, desinteressadas e inconscientes do tipo de formação que deve ser ministrada num mestrado) racistas, xenófobas, homófobas e intolerantes perante outras religiões (tudo junto, isso mesmo) a eles pudessem aceder?

sábado, junho 11, 2005

Cá e lá

Infelizmente ainda não é desta que posso fazer o relato do que tenho visto pelas festas. Mas posso dizer que aquilo que vi já me deixou bastante satisfeito, mesmo como munícipe, em termos de qualidade de vida futura. Mais tarde explico melhor do que falo.

Visto que amanhã parto para uma semana de aulas em Vila Real, dificilmente surgirão novidades nos próximos dias. A menos que tenha acesso facilitado (e tempo!!!) à Internet, só no próximo Sábado darei sinais de vida. Até lá!

sexta-feira, junho 10, 2005

News Flash

De hoje até dia 13, é altura de reencontrar gente que não se vê ao longo do ano e de verificar quem é que engravidou desde o ano passado. Além disso, começam hoje 4 dias em que o combustível principal é abafado fresco, imperiais e petiscos.

Sim, a Barquinha está em festa!

quinta-feira, junho 09, 2005

Plágio blogueiro - Hoje acordei assim

You said you couldn't stay
You've seen it all before
I know

They sold you on their way
Oh, honey, that's OK

No harm, he's armed
Setting off all your alarms
When I find out
I hope it's you who set this trap

And storefronts rarely changed
At least I'm on my own again
Instead of anywhere with you

But, to me, it's all the same

And I lost my page. Again
I know this is so rare
But, I'll try my luck with you
This life is on my side
Well, I am your one?
"Believe me, this is a chance," oh oh

Let's see what's for sale
He's trying hard to give his job a chance
Oh, it's never gonna be
It's sad, but I agree
The signals don't seem right
They last for just one night, and then
I'm sorry that I said:
"That we were just good friends"

No harm, he's armed
Setting off all your alarms
They're trapped
I can't be there in time
I'll think about that

And I lost my page again
I know this is so rare
But, I'll try my luck with you
This life is on my side
Well, I am your one?
"Believe me, this is a chance," oh oh

The Strokes - Trying your luck

Apesar de não corresponder muito à verdade. Mas quem é que consegue explicar a forma como se acorda?

quarta-feira, junho 08, 2005

A César o que é de César

Falar do próprio blog em posts é um exercício profundamente narcísico. Tal como os meta-posts de que o Pedro Mexia falava há já muito tempo atrás (tempo blogueiro, entenda-se), é quase um exercício de estilo, uma demonstração de vaidade. No entanto, neste caso escrevo um post sobre o meu próprio blog com um intuito quase inverso.

Numa das caixas de comentários abaixo o Marcos informou-me da sua intenção de alterar o meu posicionamento na sua lista de links, por forma a poder visitar-me mais amiúde. Agradeço a gentileza e a distinção por parte do autor daquele que considero como um dos melhores (senão o melhor) blog sobre Arqueologia em Portugal. No entanto, mal li aquele comentário tive receio que acontecesse aquilo que veio, afinal, a acontecer. O Marcos levou a sua gentileza ao ponto de me colocar juntamente com os restantes blogs de Arqueologia que tem linkados. É, naturalmente, uma honra. No entanto, creio ser uma honra injustificada. Quem conhece o Litanias e o lê mais ou menos regularmente sabe, seguramente, que este não é um blog de Arqueologia. É o blog de um arqueólogo. O que é muito diferente. É um facto que, por vezes (raramente), abordo o tema da Arqueologia por aqui. Mas, como decerto o próprio Marcos já deve ter reparado, faço-o geralmente em tom de brincadeira e sem fazer grandes reflexões sobre o tema. Por um motivo, o Litanias é um blog pessoal, de reflexão pessoal, de brincadeira e partilha com amigos e demais visitantes de pensamentos, ideias, sentimentos, estados de alma, opiniões sobre a actualidade. Enfim, é um blog de tudo e de nada. Há já muito tempo que tenho o ensejo de fazer um blog específico sobre Arqueologia. A crónica falta de tempo e disponibilidade mental, bem como a falta de colaboradores (visto ter preferência em que um blog desse género seja colectivo) são os principais motivos para que esse projecto ainda não tenha arrancado (e também não creio que seja proximamente). É a minha plena consciência de qual o meu lugar e de qual o lugar do Litanias na blogosfera que me leva a agradecer uma vez mais ao Marcos tal distinção, mas também a considerar que o lugar do Litanias talvez não seja junto dos "Picos e Colherins".

De qualquer forma, deixo isso ao critério do Marcos, como é evidente. Gostaria apenas de fazer aqui essa ressalva.

Visto que esta parece ser a única forma de ter uma gata de 4 patas...

my pet!

Mais vale tarde que nunca

Há coisas que, ainda que em contratempo, fora do timing exacto, atrasadas, não perdem por isso a sua obrigatoriedade. Sobretudo quando essa é uma obrigatoriedade voluntária. Este início de Junho é pródigo em efemérides blogueiras. Primeiro que tudo, no dia 2 passou um ano desde que o Litanias abandonou o primeiro lar. Há um ano atrás pensava que não completaria um ano nesta morada, que o Litanias 2.0 não chegaria a durar um ano. Afinal, durou. E com momentos em que penso que as litanias não pararão tão cedo.

Ontem, dia 7, passou um ano desde que começámos a levar com Raminhos. Pequeninos mas certeiros, às vezes.

E há mais a comemorar. A "parabenizar", como dizem os brasileiros (que nestas coisas são bem mais práticos, por vezes). Neste caso, "parabenizo-me" a mim próprio. Pois, ainda que não o acompanhe desde esse dia, fez no dia 5 um ano que se tornou possível ler as aventuras de mais uma pessoa muito especial que se encontra por estas bandas. O pudor e uma réstia de sensatez que de vez em quando teima em vir à tona impede-me de dizer algumas coisas que realmente desejava dizer agora. Como sei que não sou incompreendido nesta opção, fico-me apenas por agradecer a quem desde há vários meses me proporciona (sempre) bons momentos de leitura e de vaidade indisfarçável. Vaidade por poder partilhar estas boas vivências/experiências com uma pessoa de tal forma única. Por tudo isto e muito mais, muito obrigado! E parabéns!

terça-feira, junho 07, 2005

Saudades do Verão - Encontrar um osso* sem carne à volta e ficar contente por isso


* Osso humano...

segunda-feira, junho 06, 2005

Saudades do Verão - Nas escavações há conversas filosóficas

domingo, junho 05, 2005

Doutrina política de mini na mão

- És comuna?
- Não, eu cá gosto de comer adultos ao pequeno-almoço...

Arf! Arf! Pufffffff!

- Epá (Arf! Arf!) nós devemos ser mesmo muito estúpidos!
- Só pode! (Arf! Arf!)
- E depois (Arf!) ainda nos admiramos (Arf!) quando nos chamam de malucos! (Arf! Arf!)
- Pois! (Arf! Puffffff!)

(Conversa possível quando, às 15 horas de um Sábado em Junho, nos encontramos a subir um monte de 400 metros quase a pique, a corta-mato.)

Felizmente que, apesar de nem tudo ser recompensador (por exemplo, dava jeito que o abrigo que fomos verificar tivesse ocupação humana! GRRRRR!!!), há sempre algo que compensa o esforço.



Saudades do Verão - A Arqueologia é um ninho de comunas

sexta-feira, junho 03, 2005

Saudades do Verão - Nas escavações conhecem-se miúdas giras