sábado, julho 30, 2005

Regressos (II)

I hope you're sitting comfortably
I saved you the best seat in the house
Right up in the front row
The stars have been torn down
The moon is locked away
And the land is banked in frozen snow
You are a force of nature, dear
Your breath curls from your lips
As the trees bend down their branches
And touch you with their fingertips
They're bringing out the dead, now
It's easy just to look away
They are bringing out the dead, now
It's been a strange, strange day
We could navigate our position by the stars
But they've taken out the stars
The stars have all gone
I'm glad you've come along
We could comprehend our condition by the moon
But they've ordered the moon not to shine
Still, I'm glad you've come along
I was worried out of my mind
Cause, they keep bringing out the dead
It's easy just to look away
They're bringing out the dead, now
And it's been a long, strange day
You can move up a little closer
I will throw a blanket over
We can weigh all the tears in one hand
Against the laughter in the other
We could be hanging around here for centuries
Trying to make sense of this, my dear
While the planets try to get organised
Way above the stratosphere
But they keep bringing out the dead, now
It's easy if we just walk away
They keep bringing out the dead, now
It's been a long, long day
Look away
Look away

Nick Cave and The Bad Seeds - Messiah Ward

Regressos

A sanidade mental exige retiro, recolhimento em mim e naquilo que mais feliz me faz, naquilo que é a minha vida há já 10 (10?!) anos. Isso e a necessidade de me encontrar, saber quem sou e quem quero ser. Com quero estar. E como. De, por uns dias que seja, voltar a sentir o gozo puro de acordar cedo na minha tenda e espreitar para ver como vai estar o tempo. Lembrar-me de quando uma garrafa de vodka e um "bain de minuit" eram tão comuns como acordar cedo e ir trabalhar, mesmo que apenas por instantes. Regressar a mim e ao que me faz sentir sempre bem, mesmo quando estou em baixo. Fora de mim. Ganhar distanciamento, saber do que e de quem ter saudades. Muitas, em alguns casos, apaixonadas noutros. Para regressar hoje e sentir esta vontade enorme de falar com quem mais falta me fez, inevitavelmente. E ser mais eu mesmo. E aceitar melhor os outros. Quando rimos e quando choramos.

A vida é mais real quando fazes parte dela. Gostava de poder um dia chorar contigo.

domingo, julho 17, 2005

Homeostética - Portugal alcatifado

sábado, julho 16, 2005

Loonatic theories

Dando largas à teoria da conspiração:

Uma instituição privada dedicada à promoção da cultura decide extinguir um dos seus componentes que, por mero acaso, representa o único projecto do género com aquela dimensão em Portugal, após 40 anos de existência.

Um autarca (por apenas mais 3 meses) revela-se, após mais de uma semana de polémica em torno desta extinção, preocupado com a situação e afirma desejar procurar uma solução para o problema.

Na administração da fundação encontra-se uma ex-ministra PSD; este autarca foi o último primeiro-ministro PSD. Coincidência? Ou negociata para aliviar os bolsos dos privados (FCG) e deixar o menino nos braços dos dinheiros públicos? Já estou mesmo a ver, aproveitando a onda sentimentalistazeca, um anúncio bombástico, "vamos salvar o Ballet Gulbenkian através de uma parceria com o Estado português, pela módica quantia de @£$%# milhões de euros por ano". Já estou mesmo a ver, que a FCG se consegue libertar de um pesado fardo orçamental e empandeirá-lo aos dinheiros públicos.

Não acreditam? Acham que é demasiado rebuscado? Acham que tenho a mania da conspiração? Let me tell you just one thing:
Vivemos num país em que até o Santana Lopes chega a primeiro-ministro sem eleições, lembram-se? Tudo é possível.

quinta-feira, julho 14, 2005

...hoje é dia de festa, cantam as nossas almas...



Breve eflorescência de uma alma emigrante. O "outro" dizia que falta cumprir-se Portugal. Também acho. Mas o que me importa mais é que falta cumprir-se Tiago...

Classificai, mas com cuidado

Tomar uma dada região como um todo é, muitas vezes, um erro. Apesar das semelhanças internas dentro de uma mesma região, subsistem sempre particularidades que tornam as localidades, o carácter dos seus habitantes e os seus códigos de relacionamento social em realidades subtilmente diferentes. É o caso das localidades que, sendo vizinhas, uma é, tradicional e historicamente, agrícola e a outra comercial, por exemplo. É uma perspectiva analítica, é um facto. Corremos o risco de estarmos, com estas subdivisões sucessivas, a desmultiplicar realidades que somos, conceptualmente, incapazes de manusear e a criar entraves ao discurso, pela excessiva quantidade de unidades distintas que utilizamos. Além disso, dizer que uma localidade é "agrícola" ou "comercial" ou "industrial" prefigura em si uma abordagem tipológica. Ao utilizarmos um conceito para definir uma localidade estamos, a priori, a engavetá-la numa categoria, numa tipologia que, se bem que inteligível, não é necessariamente a forma mais correcta de abarcar a realidade.

Daqui se infere que em tudo (ou quase) na vida a confiança cega numa perspectiva analítica é, em si mesma, perigosa.

segunda-feira, julho 11, 2005

Last night's tale

Calor. Frio. Calor. Frio. Frio. Mais frio ainda. Alagado em suor. Calor infernal. Frio. Calor.

Sonhos semi-acordado em que as mudanças recentes da minha vida se misturam com uma Pipi das Meias Altas que, conjuntamente com a Amélie Poulain, me castigam num ambiente puramente SM, com requintes de malvadez. Ver as horas a passar e já não saber qual é a realidade, qual é a ficção alucinógena da minha mente tortuosa e castigada por ausências, faltas, pedaços de mim de que fui perdendo noção "along the way"...

Acordar, para descobrir que não consigo levantar este corpo de chumbo (pedra, matéria estelar, o que for mais pesado!) da cama. Perceber que tudo não passa de uma gripe, aliada à falta que me faço a mim mesmo, quando não estou junto de mim.

terça-feira, julho 05, 2005

Ante-estreia da silly season

My body's burnin' like a lava from a Mauna Loa
My heart's crackin' like a Krakatoa
Krakatoa, east of Java, molten bodies, fiery lava

Fire, fire, burnin' bright
Turn on your love lava
Turn on your lava light
Fire, oh volcano, over you
Don't let your lava love turn to stone
Keep it burnin'
Keep it burnin' here at home

Oooo Hot Lava
Oooo Hot Lava

My love may be as high as the highest volcano
But the altitude is way too high
Well it gets so cold when you look at me that way---yeah
I just wanna have that hot lava
Lovin' me away

My love's mountin'
My love's eruptin' like a red hot volcano
Fire, oh volcano, over you
I gotta lotta lava love locked up inside me

My love's a lava bomb
Knock you in the head
Knock you in the head
Kick you in the lava bed
Over you, hot lava
Don't let your lava love turn to stone
Keep in burnin'
Keep it burnin' here at home

Oooo it's so hot
It's burnin' up in here
Oooo look out, it's about to erupt
Oooo my body's burnin' like a lava from a Mauna Loa
My heart's crackin' like a Krakatoa

Hot fire, red-hot fire
Lava, ohh, hot lava
Hot lava, red-hot lava
Hot lava, re-e-ed, hot lava
Oh hot lava

I'm gonna let it go
Let it flow like Pompeii or Herculaneum
Let it sizzle, let it rise
Don't let your lava love flow turn to stone
Keep it burnin'
Keep it burnin' here at home

I'm gonna jump in a crater
See ya later
Oooo hot lava
Oooo hot lava
Hot lava
Red hot lava
Hot lava
Red hot lava
Yeah

The B-52's - Lava

segunda-feira, julho 04, 2005

Ainda as subtilezas cósmicas

Gostava de saber porque é que em todas as notícias que tenho visto relativas à missão Deep Impact o ponto de lançamento deixou de ser designado como Cabo Kennedy, para voltar à antiga designação de Cabo Canaveral. Sinais dos tempos que se vivem para os outros lados do Atlântico, com os respectivos branqueamentos da História?

Perguntas difíceis

O que quero, o que desejo, são sempre perguntas demasiado difíceis. Não que não saiba, mas sempre são perguntas que não se colocam assim, do pé para a mão. Nunca percebi o que seja isso, do pé para a mão. Serão as coisas que passam do pé para a mão mais desajeitadas, menos importantes, atamancadas? Ou será o pé sinónimo do pontapé que se dá naquilo que, na altura, não nos interessa, para uma mão que por vezes aguarda ansiosa por uma resolução milagrosa, uma luz que a tire da obscuridade do bolso?

Gostas de mulheres? Gosto. De quais? Das que gostam de mim. De doces, gostas? E quando são mais amargas, também. Bolas de Berlim? Com creme. Jangadas? Só quando me estou prestes a afogar, o que acontece sempre que não quero e quando menos posso. É inconveniente? O quê? O afogamento. É, mas nunca se sabe, no fundo do mar há tanto mistério por resolver.

És inconstante... Não, eu sou um ser desprezível, mas ninguém acredita em mim. E se eu acreditasse? Se acreditasses realmente não estavas aqui a falar comigo.

Às vezes não te percebo. Eu às vezes também não te percebo. O mundo? O mundo é uma bola de algodão - "que está na nossa mão", eu sei...

Isso não é conversa que se tenha assim do pé para a mão. Se fosse eu, já teria perguntado qual o motivo dessas questões.

domingo, julho 03, 2005

Bullets over Broadway

A NASA vai, mais uma vez, tentar uma daquelas proezas que nós achamos que só eles é que conseguem fazer. A sério, sempre achei que os gajos que trabalham na NASA têm uma sorte do caraças! São pagos para terem as ideias mais mirabolantes que possamos imaginar e pô-las em prática! Tudo isto com motores de milhões de cavalos de potência e máquinas voadoras de 40 e tal andares! É muita fruta!

Desta vez, a NASA (gandas malucos!) vai tentar acertar com um projéctil no núcleo de um cometa, na esperança de conseguirem obter novas informações sobre a formação daquele tipo de corpos celestes. Esse projéctil vai ser lançado a partir de uma sonda. Ou seja, é suposto acertarem num alvo em movimento, sendo o lançamento feito também em movimento. É de loucos, convenhamos. Mas o mais certo é conseguirem. E os meses de cálculos que um daqueles geeks fez numa sala obscura afinal tinham razão de existir.

Breve nota acerca das subtis diferenças de desenvolvimento entre vizinhos: nos jornais on-line portugueses a única informação relativa a isto que encontrei foi esta, em que a cratera gerada por este projéctil é descrita como sendo do tamanho de um estádio de futebol. Já os vizinhos aqui do lado, além da magnífica animação (quase um documentário!) que acompanha a notícia, descrevem a mesma cratera como sendo do tamanho do Coliseu de Roma. São estas pequenas coisas...

sexta-feira, julho 01, 2005

Are you talking to me?