domingo, fevereiro 27, 2005

U-Clic

Por mero acaso (a convite de amigos, feito em cima da hora), pude conhecer ontem um projecto chamado U-Clic. Os U-Clic movem-se no meio dos sintetizadores, algures entre um pop hipnótico e um punk que (a mim) soa quase a Electroclash. Fazem-no acompanhados de animações que me deixaram extasiado durante todo o espectáculo. Misturando animação com imagem video em repetições caleidoscópicas de cores conjugadas com inspirações retro. São portugueses até à medula, quando tornam Eusébio num ícone pop; europeus de corpo e alma, na forma como demonstram ser possível à cultura portuguesa ter o mesmo aspecto do melhor que se faz noutras paragens. Os U-Clic, em noite de primeiro aniversário, mostraram-me cidades que (ainda) não conheço. Mas elas estiveram lá, nesta noite.

No fim, a mais agradável das surpresas, ainda assim:
ver passar o VJ e descobrir que é um amigo, uma daquelas pessoas que, sem nunca ter sido das minhas relações mais próximas, sempre admirei pela postura e pelo talento (só por isso a surpresa não foi assim tão grande). Não pude dar-te um abraço ontem, Gonçalo, uma demofobia crescente instalou-se antes que te pudesse rever, mas fiquei muito feliz por ti ontem e pelo que agora estás a fazer!

sábado, fevereiro 26, 2005

Love Will Tear Us Apart

When the routine bites hard
and ambitions are low
And the resentment rides high
but emotions won't grow
And we're changing our ways,
taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed,
our respect run so dry?
Yet there's still this appeal
That we've kept through
our lives
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep
All my failings expose?
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just can't function no more?
When love, love will tear us apart again

Joy Division

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Ó Animal...

...isso funciona com chocolate de cozinha?

Adenda: Sara, tu vê lá se te controlas, óvistes?!

Eu e os Manéis

Há pessoas que têm uma sina na vida. Conheço quem a tenha com signos das pessoas que conhece ou com números que se repetem incessantemente nas suas vidas. Como sou um açambarcador, tenho não uma, mas duas sinas.

A primeira é com a letra M. A título de exemplo, só me lembro de uma ex-namorada cujo nome não comece por M! É útil, na medida em que facilita a organização dos números numa agenda telefónica. É um problema na medida em que esses números ficam perigosamente juntos na agenda telefónica. E nem quero imaginar o que uma mulher pode fazer com acesso facilitado pela ordem alfabética a uma lista com os números de telefone das ex-namoradas do seu actual respectivo. Deve ser por isso que não uso agenda telefónica...

A segunda é com os Manéis. Há sempre um Manel na minha vida. Comecei cedo, o meu pai chama-se Manuel [Que original, não é?]. A minha "turma" durante o curso tinha um nome: Manel. A única pessoa que conheço que é tudo aquilo que eu sou - elevado ao quadrado, o que é grave, visto que o Manel é 8 anos mais velho que eu! O único colega de turma que tive com quem nunca precisei de falar para me fazer entender; se falasse, podia fazê-lo num código semântico próprio de tal forma estranho (e ridículo aos ouvidos dos outros) que funcionava na perfeição. Hoje, outros Manéis me aparecem ao caminho. Mas são sempre Manéis.

Na verdade, até tenho uma terceira sina. Mas essa não é para divulgar por aqui...

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Almoço, um café e um cigarro

Saio do café e vou para o carro, enquanto penso no café da D. Maria dos Anjos e vejo a mulher de, seguramente, mais de 60 anos que caminha na minha direcção, rua acima. Olho disfarçadamente na direcção dela, à distância não consigo ver bem quem é, mas olho disfarçadamente para ver se é alguém que não me sinta à vontade a cumprimentar (don't ask, as minhas incapacidades sociais são my business!). Sinto-me mais descansado quando vejo que não, não é ninguém desse lote de pessoas.. Posso seguir despreocupado. É quando nos cruzamos e sigo, invariavelmente, com os olhos pregados nos paralelos de granito azul, que sou repentinamente arrancado da invisibilidade que me esforço por manter. "Eu filha da terra, tu filho da terra e nunca soube que eras filho do Manel!", diz-me aquela voz gritada, enquanto aqueles olhos que parecem transpirar insanidade me põem mais e mais nervoso. Começo a pensar rapidamente, a correr a minha base de dados de habitantes locais. "Quem és tu? Devia conhecer-te?"

"Há dias é que perguntei à Maria ["Quem?"], 'Quem é este moço, que vejo-o tanto por aqui e não o conheço?', ela é que me disse que eras filho do Manel!"

"Pois... É a vida..." (É incrível como os lugares-comuns mais ridículos me ocorrem rapidamente nestas alturas...)

"Eu nem conheço a tua irmã!"

"Pois, ela saiu de cá já há muitos anos." (Abençoada!)

"Pois é, vê lá tu, vê lá tu!" (E percebo repentinamente de onde vem a minha mania de repetir as mesmas coisas, é "osmose-socio-cultural"...)

"Então boa tarde!", digo enquanto viro 10 graus que me faltava rodar o corpo há já quatro frases atrás.

Viver numa vila pequena dá-nos uma dose de diplomacia muito própria, penso enquanto entro no carro e tento saber quem é esta mulher afinal...

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Aaaaaaaaahhhhh!!!...

Não podia ir dormir esta noite sem deixar uma palavrinha sobre o que se passou hoje... Respira-se melhor, de facto, neste Portugal que sai destas eleições. Sinto-me melhor por ser português, sobretudo por um motivo: mostraram-me os restantes portugueses que eu estava redondamente enganado em relação ao despertos que estamos para a realidade política da democracia portuguesa. E também mostrámos a quem julgava que as políticas mais vis, mais sórdidas que alguma vez se viram nos últimos 30 anos surtiam efeito e ganhavam votos que estavam ainda mais enganados! Digam lá, não sentem que acabaram de acordar de um sonho mau?

Aos que não puderam votar - e sei bem que isto não é consolo nenhum, nem é essa a ideia - durmam descansados esta noite, nós por cá ainda conseguimos tomar bem conta da "horta". Para que, no regresso, este país vos pareça ainda mais bonito e, quem sabe, com uma nova possibilidade de se tornar naquilo que todos desejamos. Um país de futuro, de oportunidades, de gente que quer novas perspectivas.

domingo, fevereiro 20, 2005

Falta cumprir Portugal

Fui há pouco votar na companhia de dois amigos. Senti no ar a agitação, um maior número de pessoas, o ar cúmplice de quem se cruza, como se todos soubessemos que ali se passava algo de importante, de crucial importância, mas que nos dá um grande gozo. Vi muito mais caras conhecidas que habitualmente. E, pela primeira vez, parei no pátio da antiga escola primária a fumar um cigarro, em confraternização. Em pura integração comunitária. Finalmente, sentimos que pertencemos a algo, por um momento.

Espero que saibamos todos para onde ir e que os que querem fazer de Portugal um país (ainda) mais atrasado se vejam remetidos aos lugares que merecem. Já era altura, de se fazer Portugal!

sábado, fevereiro 19, 2005

Ausente

Há uma semana que não escrevo, estas litanias parecem perder entusiasmo e tornar-se uma fonte de distração e ocupação de tempo que não me posso permitir. Não vou acabar com isto, não quero fazê-lo. Mas, apesar de todas as vezes que me viram aqui dizer que um blog é um projecto pessoal, assistindo ao autor o direito de o encerrar no momento que quiser e sem a existência formal de um dever para com aquilo que temos de parecido com um público, sinto uma espécie de obrigação que me compele a não manter o silêncio e dizer-vos algumas coisas (e a mim próprio, in the process):

sinto falta dos "Halochats" e das voltas improváveis que as nossas conversas ganham; tenho saudades de escrever, zurzir nos discursos que querem manter Portugal na situação actual ou pior, de esmiuçar sentimentos e paixões ou, pura e simplesmente, desenvolver raciocínios, exercitar métodos de escrita, postar resultados de testes inúteis; se eu achava que já tinha trabalho a mais, neste momento sinto que preciso de me clonar 3 vezes, já que, afinal, era só o começo; não faço a menor ideia de quando poderei voltar a escrever com frequência; nunca pensei sentir-me tão diferente após estes primeiros meses de mestrado, bem mais centrado nas oportunidades e no realismo/audácia que preciso ter - percebo agora onde tinha falhado no passado.

Tornei-me a partir de hoje responsável de um projecto internacional, que irei desenvolver nos próximos meses, o que poderá vir a ser apenas o início de uma série de colaborações interessantes, proveitosas e com um âmbito bem mais alargado do que eu poderia imaginar, há uma semana atrás, algum dia vir a ter o prazer de, parcialmente, liderar. Tenho quase tanto medo de não estar à altura da situação como vontade de avançar e produzir, sabendo que, com alguma sorte, poderei ver materializado um contributo a uma comunidade que se tornou muito importante para mim. Quando se justificar, farei a adequada divulgação de certas iniciativas.

Queria que aqueles que, de alguma forma, se habituaram a por aqui passar de uma forma regular soubessem isto. Assim sabem que, mesmo não estando tão presente como habitualmente, os motivos são os melhores possíveis. E que também conto convosco para partilhar ideias e novidades! :-)

sábado, fevereiro 12, 2005

Uma breve nota política - II

No esteio desta chamada de atenção, uma rápida pesquisa sobre o Siloísmo parece corroborar as notas dadas pela Assembleia Nacional Francesa, ainda que num site que, fruto da sua filiação católica, dificilmente seja imparcial:

"Siloismo
Seu fundador é o argentino Mário Rodrigues Cobo, mais conhecido como Silo. O grupo começa a funcionar nos anos sessenta e através de sua história foi mudando de nome: Poder Jovem, A Comunidade, Partido Humanista, Partido Verde e desde 1988 como O Movimento.

A base teórica do siloismo consiste em praticar várias técnicas de autolibertação que levam a 'reconciliar o passado, presente e futuro' de cada pessoa. O adepto deverá realizar 'experiências guiadas' com um instrutor que consiste em exercícios de meditação que lhe permite reconciliar-se com o passado. Outra das experiências de meditação é encontrar-se com o 'guia interno' que deve ser construído e encontrado pelo próprio adepto.

O 'guia' deve ter três requisitos: "sabedoria, bondade e força"; não é um ser 'físico' e sua presença 'só é sentida' e para ser invocado deve ser chamado com uma 'grande força emotiva'.

O siloismo expandiu-se por vários países latino americanos e europeus."


Dá que pensar, realmente
...

Uma breve nota política

"[Nuno] Fernandes Thomaz "explicou" qual é a sua ligação ao distrito de Santarém, pelo qual o CDS-PP quer eleger dois deputados: "Vou a Fátima, vou a umas toiradas, vim ver uns amigos, mas nada mais". O dirigente democrata-cristão desvalorizou a importância de ter raízes no círculo pelo qual concorre, afirmando também que foi para a secretaria de Estado dos Assuntos do Mar quase por acaso. "Gostava de ir à praia e andar de barco, nada mais", declarou.

Nuno Fernandes Thomaz anunciou ainda dois objectivos para o desenvolvimento do distrito, além da criação de riqueza e atracção de investimento.

"Temos que construir o Museu da Bíblia no norte e no sul um parque temático como a Eurodisney", defendeu."


Estou há 10 minutos a ver se arranjo um comentário jocoso para concluir este post. Percebi de repente que não vale a pena. As declarações do sr. "Secretário-de-Estado-quase-por-acaso" já são hilariantes quanto baste...

Para ser

É para mim que falo
da impotência, do desamor, do desencanto.
De um dia menor que tudo o que calo.
Porque flutuo em águas escuras
perdido entre um mar de sargaço
e a inutilidade daquilo que faço.


sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O mundo tem medo de nós

É ao olhar para a tua fotografia que percebo que são dias atirados fora, estes que não passo junto a ti. Que não passam de um limbo entre felicidades. Que é o teu sorriso que me conquista mais e mais a cada nova manhã. Que não há como evitá-lo, sou teu. Como já sou há algum tempo. Nem sei se há mais tempo que ambos pensamos...

É ao reler mais uma vez as tuas mensagens que se me faz luz. Que adivinho repentinamente tudo aquilo que és para mim. De que forma. De que cores pintas o teu coração e como essas mesmas cores são aquelas que procurava. As que faltavam a uma paleta que, agora vejo, sempre esteve incompleta.

E até que ponto necessito de recorrer à inconsciência auto-induzida para me esquecer. Do mundo de onde sabemos que, mais tarde ou mais cedo, sairemos. Da forma como este se vinga, fazendo sentir a sua omnipresença, os seus desígnios. Mostrando-se implacável, na tentativa de nos demover da fuga.

Queres saber o que eu acho? O mundo tem medo. De nós. Do que somos, combinados. Da possibilidade de sermos apenas o início de uma fuga em massa. Da solidão. Da descoberta de um poder ainda maior que as barreiras com que nos habituámos a conviver, como se de verdadeiros limites se tratassem.

O mundo tem medo que percebamos que não precisamos dele quando estamos nos braços um do outro.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Stress pré-histórico

Queria por estes dias ter feito tanta coisa que não consegui. Mudar a imagem da Ladainha do Momento, visto que já não corresponde à realidade. Escrever uma série de posts que estão aqui à espera na ponta dos dedos para saírem. Dizer bem e mal dos políticos, consoante a maré. Alterar o banner, que também já precisa de um lifting. Avançar 5 (cinco!) trabalhos para o mestrado que estão em stand-by, atrasados ou pura e simplesmente mortalmente atrasados (deadline's long gone...)! No meio disto tudo, um dia a tentar mostrar a 50 crianças* "o maravilhoso mundo da cerâmica pré-histórica" evitando a todo o custo (barely...) pre-historizar-me eu mesmo, usando a minha alabarda de sílex nas cabeças deles e descarnando-os em seguida com o meu chopper e com o meu biface...

Ah, como era bem mais simples a vida na Pré-História...

* 25 já foram, só faltam mais 25, Tiago. 25 já foram, só faltam mais 25. Só faltam mais 25. Só faltam 25. Calma. Só faltam 25...

domingo, fevereiro 06, 2005

Mais um iconoclasta

Embrenhado em questões paleoecológicas, não me lembro de desportos mais adequados para desanuviar do que estes...

sábado, fevereiro 05, 2005

Parem as máquinas!

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Aquela triste e leda madrugada

Falas-me de cartas inexistentes, inacabadas, rasgadas. De ansiedades, expectativas e solidão. De como seria se... Das pequenas coisas quotidianas que ganham para nós um valor tão especial, fruto do acaso e de uma conjuntura que nos escapa ao controlo, nos traz numa constante alegria triste, numa impotência que tenta constantemente desfazer aquilo que, apressadamente, construímos para lhe resistir.

Falas-me de ti, mas também falas de mim. Presumo que o calcules já, mas tudo aquilo que me dizes de ti, dos teus dias, das tuas tristezas, das tuas pequenas e febris alegrias, é aquilo por que passo. São minhas também essas angústias, esse sentimento de ausência constante, essa impressão constante de uma vida de maré vaza.

Aos poucos, vamos aprendendo a lidar com isso. Por sabermos o transitório que é este destino. Como todos. No meu caso, por saber que o contrário implicaria perdas demasiado grandes, cortes demasiado profundos e dores que dificilmente esqueceria. Por saber que te amo. E não troco isso pelo conforto de uma saída fácil.

Ainda quanto à teocracia

Aqueles que consideram que a Igreja Católica tem direito a um qualquer estatuto especial em Portugal; aqueles que pensam que a legislação portuguesa deve respeitar uma qualquer "moral tradicional portuguesa" (ou seja, católica); aqueles que misturam Deus nos discursos políticos, nas argumentações sociais ou nos raciocínios culturais; a todos esses portugueses:

nunca lhes terá passado pela cabeça que aquilo que gostariam de ver em Portugal seria uma versão católica e europeia do regime Taliban?

Obrigatória

A leitura do comentário de Maria José Oliveira no seguimento da apresentação de "Vera Drake" de Mike Leigh, no Y.

A compreensão por parte dos activistas "pró-vida" (assim mesmo, entre aspas, que não merecem mais aqueles que promovem a morte, a indignidade e a humilhação de concidadãs com base numa pretensão de superioridade moral fornecida por uma visão teocrática da sociedade) que vivemos num estado LAICO!

A clarividência dos portugueses se, como se adivinha, nos obrigarem a, mais uma vez, referendar o direito à opção e ao acesso a condições médicas adequadas de milhares de portuguesas.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Convictamente

Não partilho de alguns estados de mente que vários bloggers parecem atravessar. Nunca tive, pessoalmente, dúvidas de qual o quadrado em que farei a minha cruz no dia 20 de Fevereiro. Tal como não sofri com os rebates de consciência tendentes ao "voto útil", também não tive momentos de indecisão, nem sequer dentro "das esquerdas". Nunca votei CDU e dificilmente o faria, por diversos motivos. Primeiro, uma questão de "tradição" familiar (quem julga que isso não tem influência, anda muito iludido na vida), não tenho grandes antecedentes comunistas que me pudessem, eventualmente, influenciar nesse sentido. Segundo, por considerar que a CDU continua, de facto, colada à imagem da "esquerda-operária". O que não é, por si só, mau, antes pelo contrário! Provavelmente, o PC é o único partido português que pode ainda dizer que representa aquilo que sempre disse e quis representar. Infelizmente, creio que neste momento só representa mesmo isso, alcantilado que está em determinadas faixas eleitorais. Mas, realmente, operário é coisa que nunca fui, bem como grande parte da minha família. Terceiro, por, quase em simultâneo com a minha chegada à maioridade, surgir a alternativa de esquerda que o Bloco representa. Quarto, por me recusar a votar num partido que apresenta como Secretário-Geral um gajo com o nome do meu cágado!

Foi, realmente, uma feliz coincidência o facto do Bloco surgir quase ao mesmo tempo que eu começava a votar. Deu-me a possibilidade de votar onde queria, à esquerda do "Centrão", desse centro que dá guarida a elementos como José Lello, Jorge Coelho, José Lamego, Carlos Candal, Narciso Miranda, Santana Lopes, Morais Sarmento, José Luís Arnaut, Alberto João Jardim, João de Deus Pinheiro... I could go on forever. Mas creio que já perceberam a ideia.* Deu-me essa possibilidade sem ter de votar na CDU ou de cair num dos grupúsculos que continuam a subsistir à custa da militância empedernida de uns quantos crentes fervorosos na possibilidade de um regresso da "Mãe-Rússia do Komintern" ou da "Revolução Cultural do Grande Timoneiro". Ou seja, PCTP-MRPP, POUS e afins...

Além disso, o Bloco deu-me a possibilidade de votar num partido cujo programa me mostra abertura aos movimentos socio-culturais de vanguarda, espírito libertário e coragem para pegar nas bandeiras que todos os outros atiraram para o lixo (ou nunca chegaram a ter) ou que mostram envergonhadamente, quando a isso são obrigados. Um partido com coragem para propôr a ruptura como via de desenvolvimento. Ao contrário de alguns, eu não considero o voto no Bloco ou no PC como irresponsável ou desligado. Antes pelo contrário, considero essa uma posição arrogante. Não, eu não quero viver num país à moda americana, onde só existem dois partidos realmente importantes. Não, eu não quero ser sistematicamente forçado a escolher o "mal menor". Até porque eu tenho uma visão do desenvolvimento que não parte das políticas económicas. São importantes, claro que sim. Mas não creio que sejam elas o motor do desenvolvimento. Creio, antes, que é a evolução socio-cultural de um povo que o torna capaz de lidar com o tal "mercado global" e com as exigências de competitividade, competência e produtividade que exige. Não é um povo pisado, afastado das possibilidades de enriquecimento económico e cultural, com um sentimento generalizado de que a justiça, a saúde e a educação são "para os ricos", formigas incansáveis no seu dia-a-dia para alimentar uma soberana macrocéfala e, em última análise, parasitária, que vai ser capaz de levar este país a algum lado que não a bancarrota.

Além disso, é-me muito mais aliciante pensar quão grande seria a vitória se conseguíssemos eleger um deputado pelo meu círculo eleitoral!**

* Não incluí José Sócrates. Não que o tenha em grande conta, mas por achar que não pertence propriamente à mesma categoria dos referidos.

** É, sobretudo, aliciante a ideia de poder dizer daqui por uns meses que aquela deputada loira, giraça e inteligente que vos mete inveja, a todas aquelas carcaças podres, horrorosas que se arrastam pelos corredores do hemiciclo, que aquela deputada, como dizia, é "NOSSA"! ;-)

Sozinho

Ah, como eu queria ver anoitecer,
foi mais um dia sem chegar a ser.

Abro a janela, saio p'rá rua,
não vejo mais ninguém.
Vivo p'la noite, sempre correndo,
sentindo que ela vem...

Tudo vai e vem sem dar por mim.
Tudo vai e vem sem ter um fim.
Vou sair, vou andar sozinho...
Vou sair, vou dançar sozinho...

Eu não sabia o que era perder,
vem mais um dia e eu sem esquecer.
Abro a janela, saio p'rá rua,
não vejo mais ninguém.
Vivo p'la noite, sempre correndo,
sentindo que ela vem...

Tudo vai e vem sem dar por mim.
Tudo vai e vem sem ter um fim.
Vou sair, vou andar sozinho...
Vou sair, vou dançar sozinho...


Taxi

E está tudo dito

"Os blogues, meus amigos? Os blogues têm as costas largas, mas apontá-los como fontes dos boatos é a mesma coisa que dizer que "as pessoas" divulgaram os boatos. Os cartazes não são blogues, o jornal "O Crime" não é um blogue e um blogue não foi certamente aquele comício das "mulheres de Braga". "Blogues" são apenas desculpas, estas coisas que se passam lá nas internetes. Em tudo isto, durante quanto mais tempo os comentadores se comportarem como garotos numa aula de educação sexual e não conseguirem dizer algo tão simples como – "existe uma estratégia eleitoral que pretende ganhar votos caracterizando José Sócrates como homossexual, o que é triplamente nocivo para a nossa política, para Sócrates e para os homossexuais, que continuam a ser estigmatizados através deste oportunismo", – por mais um pouquinho adiaremos nós a modernização deste país. E estaremos, de caminho, a beneficiar o infractor."

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Admitam, estavam com saudades...

Valores mais altos se levantam

Paleontologia Drag-Queen