domingo, outubro 31, 2004

Gelo

O álcool tem propriedades estranhas, de facto. Conseguiu até fazer-te quebrar o gelo que sempre te rodeia. Ontem foste etilicamente simpática. Mas outra das propriedades singulares do álcool é o avivar da memória. Também te deu para isso. Surpreendeu-te assim tanto que eu me lembrasse perfeitamente do teu nome? Se pensares bem, é lógico que assim seja. Crescemos, por força das circunstâncias, lado-a-lado. Fomos sendo "obrigados" a uma qualquer espécie de convívio. E tu nunca gostaste de mim. Nem eu de ti. E sempre foi bem assumido, pela forma como sempre nos olhámos, mesmo aos 5 anos.

Sempre percebi que és de uma arrogância enorme. Toda a gente te presta vassalagem, sempre prestou, desde que ainda andavas nos mesmos colos que eu. Isso fez sempre de ti uma miúda distante. Cresceste snob, habituada a mandar e desmandar. E foste aprendendo a fazer isso com os homens, depois, não foi?
Porque não gostas de mim, não sei exactamente. Provavelmente, há algo no meu comportamento que sempre te irritou. Ou então, simplesmente não gostas de mim porque não. Acho, no entanto, que seguramente cedo percebeste que eu nunca te dei espaço para me tornares mais um a louvar-te. E isso irrita-te profundamente, não é?

Não me convences. Eu não sou e não vou ser o teu "Tiaguinho", percebes? Porque moço de recados nunca gostei de ser. Além disso, esse teu sorriso nunca me enganou. É o mesmo que tens numa fotografia de escola, que tiraste contrariada. É o que usas sempre que queres obter alguma coisa. Surpreender-te-ia, se soubesses como te conheço. E nem me lembro de alguma vez termos trocado mais que 3 palavras...

quinta-feira, outubro 28, 2004

A propósito da Banda Sonora...

Brian Slade and Curt Wylde on the piss
You're the -
'Whoa, I drank the whole bottle'
'Hee hee, look - it's the camera!'
-moment


Which Brian Slade and Curt Wild (Velvet Goldmine) moment are you? (with pics!)
brought to you by Quizilla

E quando nos cruzarmos, não vou dar hipótese ao Destino.

Não me digas o que eu estou a pensar, que não sabes. E garanto que não me estou a recordar de forma distorcida de bons momentos passados. Sabia que irias sofrer, mas nunca imaginei que fosse dessa forma. Esperava amargura, ódio, proscrição. Não amor e mais amor ainda.

Não desisto agora. Sempre me conheceste teimoso... E não posso continuar sem poder afirmar-te os meus sentimentos de forma inequívoca. Poder dizer-te que te amo, dizê-lo, efectivamente. Amo-te! Muita coisa mudou, entretanto. O meu amor por ti também. Hoje tenho a certeza, em lugar da suspeita; hoje tenho a confirmação que não posso continuar assim, sem ti.

Não será amanhã, seguramente. Mas o teu caminho vai ter de se cruzar com o meu, novamente. E quando nos cruzarmos, não vou dar hipótese ao Destino. É lá, na curva da estrada, que te espero. Não demores.

segunda-feira, outubro 25, 2004

Glória

You know, man, when I was a young man in high school
you believe it or not I wanted to play football for the coach
And all those older guys
they said he was mean and cruel, but you know
wanted to play football for the coach
They said I was to little too light weight to play line-backer
so I say I'm playing right-end
wanted to play football for the coach
'Cause, you know some day, man
you gotta stand up straight unless you're gonna fall
then you're gone to die
And the straightest dude
I ever knew was standing right for me all the time
So I had to play football for the coach
and I wanted to play football for the coach

When you're all alone and lonely
in your midnight hour
And you find that your soul
it's been up for sale

And you begin to think 'bout
all the things that you've done
And you begin to hate
just 'bout everything

But remember the princess who lived on the hill
Who loved you even though she knew you was wrong
And right now she just might come shining through
and the -

- Glory of love, glory of love
glory of love, just might come through

And all your two-bit friends
have gone and ripped you off
They're talking behind your back saying, man
you're never going to be no human being
And you start thinking again
'bout all those things that you've done
And who it was and what it was
and all the different things you made every different scene

Ahhh, but remember that the city is a funny place
Something like a circus or a sewer
And just remember different people have peculiar tastes
and the -

- Glory of love, the glory of love
the glory of love, might see you through
yeah, but now, now
Glory of love, the glory of love
the glory of love, might see you through
Glory of love, ah, huh, huh, the glory of love
Glory of love, glory of love
Glory of love, now, glory of love, now
Glory of love, now, now, now, glory of love
Glory of love, give it to me now, glory of love see you through
Oh, my Coney Island baby, now
(I'm a Coney Island baby, now)
I'd like to send this one out for Lou and Rachel
and all the kids and P.S. 192
Coney Island baby
Man, I'd swear, I'd give the whole thing up for you

Lou Reed - Coney Island Baby

sábado, outubro 23, 2004

Contigo sei que nunca estou sozinho.

Parece-me às vezes que não ando no mesmo mundo que tu, tal é a distância que se mantém, mais de agenda que geográfica. Sinto falta do teu sorriso e do teu ânimo constante que me ajudam a relativizar problemas. Muito vai mudando de que, infelizmente, não vamos tendo notícia. Nem parece haver tempo para essa manutenção.

Também por ti, novos entusiasmos vão surgindo. E novas perspectivas abrem-se-te. Enchem-me de orgulho.

Mais tarde ou mais cedo acabamos por nos reencontrar. Mas esses teus breves regressos fazem de mim uma pessoa mais feliz. Contigo sei que nunca estou sozinho.


quinta-feira, outubro 21, 2004

One down, one to go

Para aqueles que não perceberam, o Litanias fez um ano no Sábado passado. Hoje é a minha vez de fazer um ano (mais 23).

E não estou nada mal acompanhado! Ora vejam lá:

Alfred Nobel (1833)
Georg Solti (1912)
Dizzy Gillespie (1917)
Celia Cruz (1924)
Marisa Orth (1963)

Sim, eu acho mesmo um piadão à Marisa Orth.

quarta-feira, outubro 20, 2004

U-Turn

Todos erramos na vida. Eu, então, nem se fala... Já sabias disso. E que nada impedia que voltasse a errar. Acho que foi isso que se passou, um erro. Não funciona, acho que também já percebeste isso. Vamos tentar recuperar os bocados daquilo que quebrámos juntos, tentar minorar o mal que já está feito. Depois, veremos quem somos, no final.

Nem tu és quem eu quero, nem eu sou quem tu precisas, disseste-o logo de início. E, quando se assume isso logo de início, é porque se sabe que a probabilidade de falhanço é grande. Porque se tem a vontade de falhar.

Continuar seria magoar-te mais. Isso não posso fazer.

terça-feira, outubro 19, 2004

Masters: Day 1

Primeiro dia de aulas do mestrado. Penso pela primeira vez se tenho arcaboiço para isto. Oito horas depois, vejo agora outros motivos de união (verdadeira e falsa) nesta Europa. Agora tenho de ir pensar no tema para um trabalho, com licença!

domingo, outubro 17, 2004

Mad days

Passei a última semana a lutar contra o tempo na limpeza de um conjunto de mobiliário século XIX. O fim-de-semana foi dedicado a aprender como se muda uma embraiagem a um Seat Ibiza. E quanta sujidade (e quantas surpresas!) pode um carro esconder debaixo de um capot. Tudo para descobrir que vou ficar sem ele uma semana.
Amanhã volto oficialmente a ser estudante, numa maratona de 8 horas diárias, até Sábado. Na semana seguinte, os móveis aguardam-me, novamente.
E há mais, a seguir...

Pelo meio, fez ontem um ano que começou esta "aventura".

terça-feira, outubro 12, 2004

Not again...

Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho,
e vejo o que não vi nunca, nem cri
que houvesse cá, recolhe-se a alma a si
e vou tresvaliando, como em sonho.

Isto passado, quando me desponho,
e me quero afirmar se foi assi,
pasmado e duvidoso do que vi,
m'espanto às vezes, outras m'avergonho.

Que, tornando ante vós, senhora, tal,
Quando m'era mister tant' outr' ajuda,
de que me valerei, se alma não val?

Esperando por ela que me acuda,
e não me acode, e está cuidando em al,
afronta o coração, a língua é muda.


Sá de Miranda - Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho

sexta-feira, outubro 08, 2004

Lição para Maria - I

Vivemos num mundo competitivo. Há que preparar os futuros cidadãos desde cedo. Por isso, tomei em mãos a tarefa de proceder a uma verdadeira cruzada pedagógica pela Maria. Presta bem atenção, Maria, que isto é importante, trata-se da tua primeira lição:


Fim-de-semana

Se choras porque o Sol se pôs, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas.

Rabindranath Tagore

quinta-feira, outubro 07, 2004

Maria

13:20 - Mais um membro adicionado à família, nasceu a Maria, minha prima.

Estava a ver que nunca mais te decidias a sair, pá!

:-) :-) :-)

Como sou um grande distraído, enganei-me, és minha prima. Ponto. ;-)


quarta-feira, outubro 06, 2004

Finalmente, concordo com o Peixoto!

Caro Tiago, mas desde quando é que o actual Executivo não está na linha de rumo do anterior?
Comentários Cacaoccino

Governo fez 1034 nomeações em 79 dias.
Executivo de Durão tinha efectuado 1260 nomeações em cinco meses.


Bolas, Peixoto, sempre me podia ter dito que é um comediante assim tão grande...

terça-feira, outubro 05, 2004

Nem mais...

segunda-feira, outubro 04, 2004

Diálogos imprevistos

"Fui-me abaixo"

"Não vale a pena, pelo menos com consciência disso"

"Não percebi, agora..."

"Se tens consciência que foste abaixo, aí é que não há desculpa para estares em baixo, porque temos a obrigação de remar contra a corrente e aguentar"

"Disse que fui abaixo porque caiu a net!"

O Messenger é lindo...


domingo, outubro 03, 2004

"Erros meus, má fortuna... II"

Fiz-te a única coisa que não podia, sob motivo algum, fazer. Assumo-o agora, tal como já o assumi no passado. Perante mim, perante os outros, perante ti. Falhei quando mais precisavas que não o fizesse. Tirei-te o tapete. Matei a flor que tanto me tinha esforçado por cultivar. E que, peito aberto, tinhas permitido que florescesse. Destruí-te as ilusões. Que não o eram, pois eram (são, juro-te!) reais. Bem reais. Tão reais quanto o amor que te tenho. Nele profundamente enraizadas. Filhas directas.

Mais uma vez provei a mim mesmo ser indigno de respeito, confiança, amor. Mais uma vez. Mais uma vez, finjo-me superior a tudo, capaz de ultrapassar mais esta adversidade. Mas tu sabes que não é assim. E eu também. Desta vez, o passo é maior que a perna. Desta vez, não há máscara que resista, não há força interior que sobrevenha. Não há âncora a que me agarrar até a tempestade passar. Porque ela não parece querer amainar.

Nesta rota perdida, onde sei que não tenho já farol que me guie, afogo-me na escuridão de te ter tido e não ter sido capaz de te merecer. Já me tornei náufrago, escolho à deriva. Não me mates agora com o teu silêncio...

sábado, outubro 02, 2004

"Erros meus, má fortuna..."

Não foi um pedido desesperado aquilo que te fiz. Não foi uma forma tosca de te dizer que te quero de novo na minha vida, que devias esquecer tudo o que se passou e dar-me uma nova oportunidade. Mesmo se fui eu quem já perdeu uma. Não foi uma forma de te dizer que espero pelo teu regresso não anunciado.

Deixei cair todas as máscaras, desta vez. Sabes agora o quanto as minhas decisões me trouxeram de mal. Não tanto quanto a ti, sei-o bem. Mas sabes finalmente que a minha dor se prolonga no tempo. Perdura, a cada etapa que a marcha dos dias ultrapassa, cada vez com maior dor. E faz-me perceber que não posso continuar sem ti, nesse meu acto de contrição.

Pus-me definitivamente nas tuas mãos. A decisão é toda tua, nem que seja para me acabar com esta ilusão. Quando for a hora, dir-me-às qual é a minha sentença. Até lá, recordar-me-ei das noites em que em surdina o teu coração falava com o meu, apenas para descobrirem que eram um e o mesmo.