quinta-feira, setembro 30, 2004

So true...

I would say I'm sorry
If I thought that it would change your mind
But I know that this
time I have said too much
Been too unkind

I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try and laugh about it
Hiding the tears in my eyes
Because boys don't cry
Boys don't cry

I would break down at your feet
And beg forgiveness
Plead with you
But I know that it's too late
And now there's nothing I can do

So I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try to laugh about it
Hiding the tears in my eyes
Because boys don't cry

I would tell you
That I loved you
If I thought that you would stay
But I know that it's no use
That you've already
Gone away

Misjudged your limit
Pushed you too far
Took you for granted
I thought that you needed me more

Now I would do most anything
To get you back by my side
But I just keep on laughing
Hiding the tears in my eyes
Because boys don't cry
Boys don't cry
Boys don't cry

The Cure - Boys don't cry

terça-feira, setembro 28, 2004

Pequenos prazeres

One breath away
from Mother Oceania
your nimble feet make prints
in my sand

You have done
good for yourselves
since you left my wet embrace
and crawled ashore

Every boy is a snake is a lily
every pearl is a lynx is a girl

Sweet like harmony
made into flesh
you dance by my side
children sublime

You show me continents
- I see the islands
you count the centuries
- I blink my eyes

Hawks and sparrows
race in my waters
stingrays are floating
across the sky

Little ones
- my sons and my daughters
your sweat is salty - I am why
I am why
I am why
your sweat is salty - I am why
I am why
I am why

Björk - Oceania

Ouvir isto e saber que te amo...

segunda-feira, setembro 27, 2004

Pornografia doutrinária

...é aquilo que faz uma associação chamada Movimento Mulheres SOS, ao deslocar-se por estes dias a Figueira, para se manifestar "Pela Unidade da Família"!

domingo, setembro 26, 2004

Todo o amor se diz num beijo

Para quê as palavras, se todo o amor se diz num beijo? Se tantas vezes o dissemos, com a certeza que só este calor pode dar, para quê as horas que passo nesta catarse daquilo em que me deixaste? Para saber ainda mais profundamente que te amo? Para sentir, no fim, que aliviei algum do vazio que deixas? Nada disto acontece, sabemo-lo ambos. Muito bem. Apenas transporta ainda mais dor, esta sensação de te ter aqui, à distância da minha vontade de te contactar. Mas longe o suficiente para não te sentir, esta noite que te quero a meu lado. Como todas. Levo-te comigo onde vá. Por saber que não te levar seria não levar parte de mim.

E passar os dias a sentir que não estou comigo, que algo falta. A lembrar-me das tuas promessas que sei quereres e poderes cumprir. A saber que, mesmo não te ouvindo dizê-lo, me amas, fazes de mim um objectivo. Algo que não dispensas. E rogo estar à altura daquilo que és.

Fazes de mim aquilo que quiseres. Ou aquilo que te permitires. Mas, nesta condenação feliz, deixa que te faça um último pedido. Quando menos te merecer, ama-me. Será esse o momento em que mais precisarei de ti. Do teu amor. Da tua incerteza firme, segura no turbilhão. Porque sei que então não farás de mim penedo, monstro dos confins da Terra. Lar abandonado à crueldade do Tempo, colina que te olha e anseia pelo abraço da tua margem.


sábado, setembro 25, 2004

Política e mais política

Desta vez, entretive-me a descobrir just where do I stand, em termos políticos. Se bem que nos avisam que podemos ter algumas surpresas, não foi muito o meu caso. E agrada-me a companhia, sim senhor! It's always nice to see nice people!





Façam o teste!

sexta-feira, setembro 24, 2004

A verdadeira importância dos blogs

A propósito do metabloguismo, surge, por portas travessas, um artigo de opinião particularmente interessante na edição de Outubro da Exame Informática.
Diz John Dvorak, acerca da evolução dos search-bots e sua influência no mercado das dot-com, o seguinte:

"Será interessante ver como as acções do Google se comportam. Acho que a empresa é criativa o suficiente para se dar bem, tanto quano o Yahoo!, ou ainda melhor. Pelo menos tem tentado fazer algo além de rastrear informações na Internet. (...) O Google avançou com a metodologia de ranking, que considera relevantes os sites com mais referências em outras páginas do que os que não têm nenhuma. (...) O próximo grupo que fará história entre os pesquisadores terá de, no mínimo, fazer tudo o que os outros fizeram (...) A metodologia de busca deve ser refinada além do page ranking, que já não funciona por causa de blogues e outros sites interactivos que citam uns aos outros várias e várias vezes."

Estaremos nós involuntariamente a fazer parte de uma espécie de Capitalismo Participativo, em que o boom de blogs e sites pessoais com o hábito (vício?) da citação e da auto-citação obriga a que as empresas líderes de mercado na área da Novas Tecnologias refinem os seus critérios de trabalho e desenvolvam novos produtos, mais complexos e, por conseguinte, mais eficazes, ou, em alternativa, a diversificarem o leque de serviços que oferecem? E qual é o nosso real poder neste mercado, como força de influência na sua própria evolução?

Eu estava mesmo a ver no que é que isto ia dar...

The Lovers Card
You are the Lovers card. The Lovers card is about union. Each of us carries in our DNA the ability to be the opposite of what we think we are. Often our romantic attachments grow out of awe and respect as we see in another the characteristics we repress in ourselves. Society often presses us into molds of what it thinks masculinity and femininity should be. As a result, many of us associate with our gender certain positive characteristics and call others negative, when if these same qualities were held by a person of the opposite sex, our attitude towards them would be reversed. Getting in touch with our inner animus and anima, (Jung's terms for our inner male and female), allows us to see the whole of our personalities in a positive and constructive light. When you draw The Lovers card in a reading, you are working with balancing these forces. Depending on where the card is, you have either achieved balance or need to. The Lovers could indicate a romantic or even a platonic relationship. Ask yourself is this is a positive relationship that contributes to your growth as a complete human being, or if it fills an emotional craving within you that is actually detrimental to your personal growth.
Image from: The Iranian artist Riza.
http://www.metmuseum.org/collections/view1.asp?dep=14&item=50%2E164

Which Tarot Card Are You?
brought to you by

Populista nostálgico

Já reparou que este blog está mais político?

quinta-feira, setembro 23, 2004

E estas são as que se vão sabendo...

"António Cruz Silva, empresário e deputado do PSD, recebeu e não contabilizou na escrita da firma Unicola, de que é proprietário, dezenas de milhares de euros que lhe foram pagos pela Câmara Municipal de Águeda e pelos serviços de águas e saneamento (SMAS) deste concelho por serviços eventualmente não prestados a ambas as entidades.

Os pagamentos foram consumados após a empresa do deputado social-democrata ter apresentado, ao longo de vários meses dos anos de 1998 e 1999, facturas referentes a fornecimentos de tintas, colas e respectiva aplicação, que nunca terão chegado a consumar-se.

Esta terá sido uma das razões que levou o Ministério Público a acusar, há dias, o deputado de peculato e de falsificação de documentos, imputações que também visam outros arguidos deste caso, nomeadamente o ex-presidente da autarquia, Castro Azevedo, e Joaquim Mateus, empresário e à data dos factos presidente da junta de freguesia de S. João da Madeira, ambos eleitos pelo PSD."

"Uma das testemunhas inquiridas pelo Ministério Público foi José Luís Arnaut, ex- secretário geral do PSD, devido a transferências bancárias feitas por Cruz Silva para uma conta co-titulada pelo actual ministra das Cidades. À altura das transferências era secretário-geral do PSD e ministro-adjunto de Durão Barroso.

Na origem da diligência esteve a detecção de movimentos bancários de uma conta do deputado para outra de que Arnaut seria o primeiro titular. Há quatro meses, em vésperas de ser substituído por Miguel Relvas nas funções de secretário-geral do principal partido do Governo, José Luís Arnaut admitiu que os cheques emitidos por Cruz Silva estariam relacionados com o pagamento de quotas e donativos. "Tudo respectivamente documentado com recibos", explicou.

O esclarecimento do ex-secretário-geral do PSD não fez, todavia, esmorecer os rumores de que uma parte do dinheiro que saiu dos cofres da Câmaras e dos SMAS de Águeda para as empresas de Cruz Silva e Joaquim Azevedo terá sido canalizado para o financiamento partidário. Cerca de 150 mil euros terão mesmo sido emprestados por um empresário local aos responsáveis do PSD e liquidados através de depósitos mensais rondando os dez mil euros."

"Sócrates quer que adversários se calem depois do congresso"

E o rabinho lavado com água de rosas, não?

Ó diabo...

Aquele senhor que é administrador desta empresa não é o mesmo que agora é presidente desta casa?

quarta-feira, setembro 22, 2004

Responsabilidades

Ao longo dos meses, tenho vindo a referir-me de quando em vez à questão do processo de colocação de professores. Hoje que, pela primeira vez, o Ministério da Educação assume a sua total incapacidade para, através do sistema informático pelo qual pagou (dizem que 600 mil euros) dar conclusão ao processo, é escolhida uma solução que já centenas, senão milhares, de pessoas alvitraram ao longo dos últimos meses: a colocação de professores será feita de forma manual. Ou seja, volta-se ao anterior método.

Neste processo, há toda uma série de questões que são demasiado grosseiras para passarem em branco. Sejamos claros: o processo de colocação de professores pertence à esfera dos automatismos de Estado. É um processo que, por ser anual, deve estar de tal forma automatizado que não surjam problemas ou erros. Sabemos que isto é, na prática, impossível. O erro é uma componente indissociável de um processo com a dimensão deste. Pode (e deve), no entanto, ser minimizado. Aquilo que se verificou ao longo deste processo foi exactamente o contrário, tornando-se o erro na regra e a exactidão na excepção.

Por outro lado, é no mínimo de uma irresponsabilidade grosseira a tentativa de implantação de um novo sistema sem se proceder a testes. Porque é que esta aplicação informática não foi utilizada paralelamente ao sistema manual, de modo a comparar resultados e resolver eventuais falhas (que se vieram a mostrar tudo menos eventuais)? Porque é que se insistiu na introdução deste método, sem que se fizessem um, dois anos de teste? Será porque, acabando com os mini-concursos, se promove durante mais tempo o desemprego entre os professores, tornando necessário que esta medida fosse tomada em início de mandato, de modo a precaver eventuais resultados "impopulares"? Realmente, será mais fácil arriscar em início de mandato, "encobrindo" a situação no final do mesmo, com meia-dúzia de medidas populares/istas.

Esta aventura em que o Ministério da Educação embarcou é longa. O ano passado, foram alteradas as regras, acabou-se com os chamados mini-concursos e aquilo que se viu foi um número elevado de professores desempregados até mais tarde no ano lectivo, ao fim e ao cabo, a promoção das políticas de "mobilidade e flexibilidade" que tão caras são a esta direita, seguidora fiel dos ensinamentos neo-liberais transatlânticos. Este ano, introduz-se um sistema informático comprado a uma empresa dirigida por um ex-ministro PSD e um ex-dirigente do partido. Desde Maio que todo este processo tem vindo, sistematicamente, a falhar. Desde Maio que os responsáveis políticos deste país na área da Educação se furtam às suas responsabilidades civis e, sobretudo, morais, ao afirmarem repetidas vezes ao país que tudo se iria resolver, que tudo decorria dentro da normalidade. Na realidade, estes governantes mentiram ao país desde Maio até ao falhanço que foi a abertura do ano lectivo (na realidade, até depois, quando se tentou escamotear o pântano que foi esse dia).

Mas algo que me é completamente bizarro é a aparente condescendência por parte da comunicação social para com a anterior equipa do Ministério da Educação. Mas onde andam o ex-Ministro David Justino e o ex-Secretário de Estado Abílio Morgado? Andam foragidos? Escondidos, com vergonha de sair à rua? Sim, porque este processo foi magicado, decidido e conduzido durante a governação destes dois indivíduos. Não foi a actual Ministra da Educação quem decidiu a implantação desta nova metodologia e muito menos da aquisição da malfadada aplicação informática. Foi, isso sim, o anterior executivo. Que Maria do Carmo Seabra tenha sido engolida pelo actual processo e que seja também da sua responsabilidade o arrastar (ainda maior) deste processo, não tenho dúvidas. Que seja a sua cabeça que deva ser pedida, discordo em absoluto. Caso houvesse dignidade, justiça e valores morais (algo que costuma ser tão caro ao discurso de direita), David Justino e Abílio Morgado já teriam vindo a público explicar aos contribuintes que financiaram os tais 600 mil euros porque é que o seu investimento foi um redondo fracasso. Ou, no mínimo, assumir responsabilidades. Ah, mas esquecia-me, saíram providencialmente do governo cerca de dois meses antes de todo este inferno! Na prática, passaram a "batata quente" para quem a quisesse apanhar! Mas em termos de dignidade, as últimas declarações que transcrevi dessa criatura que (para mal de todos os portugueses) ocupou a pasta da Educação durante dois anos são esclarecedoras. Não basta ser responsável por um dos maiores exemplos de irresponsabilidade e incompetência govenativas de que me lembro, ainda é preciso escarnecer daqueles que são afectados pelo seu autismo como governante!

E agora pergunto, onde é que estão os sindicatos e a FENPROF no meio disto tudo? As Associações de Pais? As Associações de Estudantes deste país? A comentar a situação, a exigir explicações, revoltadas com tudo o que se passa. Mas onde está a acção concertada? Não será tudo isto a que assistimos matéria suficiente para procurar levar os (verdadeiros) responsáveis por esta situação a tribunal? Não foi Leonor Beleza julgada no caso dos hemofílicos? Porque não podem David Justino e Abílio Morgado ser levados a tribunal? Ou porque não ouço eu ninguém a propôr este tipo de solução?


70x7



Trav'ling lady, stay awhile
until the night is over.
I'm just a station on your way,
I know I'm not your lover.

Well I lived with a child of snow
when I was a soldier,
and I fought every man for her
until the nights grew colder.

She used to wear her hair like you
except when she was sleeping,
and then she'd weave it on a loom
of smoke and gold and breathing.

And why are you so quiet now
standing there in the doorway?
You chose your journey long before
you came upon this highway.

Trav'ling lady stay awhile
until the night is over.
I'm just a station on your way,
I know I'm not your lover.

Leonard Cohen - Winter Lady

Leonard Cohen comemorou ontem 70 anos. 70 anos de poesia. 70 anos de canções de amor. 70 anos de amor com sabor a lágrimas.

terça-feira, setembro 21, 2004

Finalmente percebi!

Eu sou um adepto da clarificação de conceitos. Gosto que, quando se fala de algo, os conceitos utilizados estejam bem claros para todos. Sabe-se, assim, em que pé estamos.

Por isso, só posso ficar feliz por ter finalmente percebido qual é o conceito de estabilidade do PR! Quando sancionou o golpe palaciano que levou este governo a existir, o argumento de Jorge Sampaio foi a estabilidade de que o país necessitaria. Parto do princípio que o PR utilizou o termo estabilidade no sentido de continuação da incompetência. Só isso explica isto...

Há vida na blogosfera

Tenho-me mostrado desanimado com alguma apatia blogueira. Felizmente, há sinais cada vez mais visíveis da recuperação de alguma da dinâmica que tanto me agrada por estas bandas.

Hoje li aqueles que são, provavelmente, dois dos posts mais interessantes que já encontrei. Sublimes, na clarividência cómica de uma sociedade citadina que teimamos em manter, apesar da nossa metrópole não passar de uma aldeia, à escala mundial. Tanto um como outro, autênticos manuais de sobrevivência.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Oh, happy day!

O Homem está inspirado, é o que posso dizer! Cerca de um ano após o lançamento de "Nocturama", é lançado hoje o novo álbum de Nick Cave com sus muchachos, The Bad Seeds. E que álbum! Trata-se, na realidade, de um duplo lançamento. Dois álbuns ou um duplo-álbum? Eu próprio ainda não percebi muito bem, confesso. No entanto, o facto de serem avançados dois títulos leva-me a pensar que se trata, de facto, de um conjunto de dois álbuns. Aliás, todas as informações que encontro são ambíguas, nesse aspecto. No entanto, uma ideia parece ser recorrente, neste momento:

"Abbatoir Blues" e "The Lyre of Orpheus" são duas faces da mesma moeda, demonstrando as duas facetas mais marcantes de Nick Cave. Onde um é vibrante, eléctrico, relembrando o rock grotesco de "From Her to Eternity", por exemplo, o outro é um novo conjunto de canções que nos mostram o mais recente Nick. Calmo, romântico, tocante. Acústico nos sentimentos, "The Lyre of Orpheus" devolve-nos Nick ao piano, como nos vinha habituando nos últimos lançamentos.

Alguns excertos disponíveis aqui.


Aprende, Tiago!

Vendo uma menina prestes a destroçar o canhão da fechadura do depósito de combustível, na bomba ao lado da minha, impõe-se a questão:

"Precisa de ajuda?"

Ajuda aceite, abre-se o malfadado depósito e, acto contínuo, abastece-se o carro à menina, que fica sempre bem.

Comentário final:

"Vê-se que está habituado a estas coisas de bombar!"

Nota para referência futura: nunca armar ao pingarelho com uma mulher que conduz um Saxo comercial e tem uma bilha e um Kinas pendurados do espelho retrovisor, por mais atraente que ela seja!

domingo, setembro 19, 2004

Há tanto tempo que não me ocupo do jardim

"Há tanto tempo que não me ocupo do jardim
A última vez estava frondoso
A buganvília a tingir-se de vermelho
Trepando o perfume inebriante
E as festas ao cair da tarde
Parece que foram há séculos
Noutra encarnação
Os meus amigos traziam as bebidas
E a jovialidade
O jardim enchia-se de gente
De beijos
Pelos cantos sôfregos de desejo"

Excerto de "O Jardim", Adolfo Luxúria Canibal

Parecem-me séculos, estes dias que nos separam. Parecem-me tempos infinitos, os que me deixam à espera de um sinal teu, de algo que, mais uma vez, me dê o conforto do calor desse teu amor. Tento imaginar aquilo que estás a fazer. Já é noite, para ti. Já é tempo de pensares no amanhã. E no que te promete trazer.

Disse-te uma vez que não te podia prometer nada. Menti-te. Posso prometer-te o que de melhor tenho para oferecer, o que impede que caias na dimensão dos comuns humanos e te oferece a imortalidade que a tua dimensão divina merece. Quero dar-te o que de melhor tenho de mim, também. Memória. Sentimentos.

Nessa marcha ininterrupta, o teu fogo tinge-me de vermelho os sentimentos. Dá-me chama, faz de mim o inverso de quem sou. E, como uma droga, pões-me à espera da próxima dose. Acalma-me apenas saber que, na sua inexorável marcha, os dias apenas correm a nosso favor. Não nos separam 200 dias. Faltam menos 100 para te ter de novo nos meus braços. Na minha boca. Entranhada na minha pele, a tua fragância de orquídeas.


sexta-feira, setembro 17, 2004

Digam lá que isto por escrito não parece chinês...

Tu é que deste a ideia, Katraponga...

Ma-ia-hii
Ma-ia-huu
Ma-ia-hoo
Ma-ia-haa
Alo, Salut, sunt eu, un haiduc,
Si te rog, iubirea mea, primeste fericirea.
Alo, alo, sunt eu Picasso,
Ti-am dat beep, si sunt voinic,
Dar sa stii nu-ti cer nimic.

Vrei sa pleci dar nu ma, nu ma iei,
Nu ma, nu ma iei, nu ma, nu ma, nu ma iei.
Chipul tau si dragostea din tei,
Mi-amintesc de ochii tai.

Vrei sa pleci dar nu ma, nu ma iei,
Nu ma, nu ma iei, nu ma, nu ma, nu ma iei.
Chipul tau si dragostea din tei,
Mi-amintesc de ochii tai.

Te sun, sa-ti spun, ce simt acum,
Alo, iubirea mea, sunt eu, fericirea.
Alo, alo, sunt iarasi eu, Picasso,
Ti-am dat beep, si sunt voinic,
Dar sa stii nu-ti cer nimic.

Vrei sa pleci dar nu ma, nu ma iei,
Nu ma, nu ma iei, nu ma, nu ma, nu ma iei.
Chipul tau si dragostea din tei,
Mi-amintesc de ochii tai.

Vrei sa pleci dar nu ma, nu ma iei,
Nu ma, nu ma iei, nu ma, nu ma, nu ma iei.
Chipul tau si dragostea din tei,
Mi-amintesc de ochii tai.

Ma-ia-hii
Ma-ia-huu
Ma-ia-hoo
Ma-ia-haa

Vrei sa pleci dar nu ma, nu ma iei,
Nu ma, nu ma iei, nu ma, nu ma, nu ma iei.
Chipul tau si dragostea din tei,
Mi-amintesc de ochii tai.

Vrei sa pleci dar nu ma, nu ma iei,
Nu ma, nu ma iei, nu ma, nu ma, nu ma iei.
Chipul tau si dragostea din tei,
Mi-amintesc de ochii tai.

O-zone - Dragostea Din Tei

'Tá lá caladinho, pá, que tu aqui não mandas nada...

Já todos vimos onde é que isto vai dar, não vimos?

Caixa de reportagem sobre o início (?) do ano lectivo:

"Correio da Manhã - Como comenta este início atribulado do ano lectivo?
David Justino - Não faço comentários.
- Porquê?
- Vou manter um período de nojo em relação aos temas da Educação, sejam quais forem.
- Durante quanto tempo?
- Alguns meses.
- Mas tem sido apontado como o principal responsável por esta confusão.
- Não sou responsável até que o inquérito e a auditoria [encomendada à Inspecção-Geral de Finanças] me possa apontar como responsável.
- Quer dizer que mantém o silêncio até lá?
- Não responderei aquilo que é veiculado pela opinião pública. Responderei quando for altura disso, perante os resultados da auditoria."

A séééééééééério?!

quinta-feira, setembro 16, 2004

"Why me?!", ou "I should've known better, by now..."

DepecheMode.jpg
You're just looking for love. You're very
emotional, and a lot of sad teenagers are going
to turn to you when they feel like shit.
You're also into BDSM, you devil, you.



What band from the 80s are you?
brought to you by Quizilla


Encontrado aqui. O último blog que "encontrei", as impressões de uma Mary without (até ver!) Little Lambs...

Noir Intense

"Une touche de sérénité au coeur d'un plaisir intense."

Ao contrário do que possam pensar, não, não é uma descrição do chamado Post Orgasmic Chill. É apenas uma frase inscrita na parte de trás da embalagem do melhor chocolate do mercado. O Jaguar dos chocolates. Nestlé Noir Intense. Sim, aquele com 70% (sim, sim, 70...) de cacau.

Não são todos os chocolates que se podem dar ao luxo de ter escrito "Chocolat de Dégustation". E ser verdade.

Para os restantes drogados, babem-se aqui...

Humor gasolineiro

Chego à BP, saio do carro e, enquanto marco a quantidade de gasolina desejada, uma voz masculina supostamente alegre por estar supostamente numa pista de dança supostamente rodeado de top-models bamboleantes (ou mulatas de coxame grosso, depende do dia) esganiça-se no seu ar jocoso, cantarolando "Don't You Know, Pump It Up,You Got To Pump It Up...", ad infinitum.

Depois das máquinas com voz feminina arfante a dizer que foi um prazer servir-nos (yeah, right!), já chegámos à fase das mensagens subliminares consumistas?

Radio song

Já há algum tempo que deixei de ouvir rádio. Hoje, lembrei-me porquê. Uma rádio que passa Hands On Approach (mas alguém ainda se quer sequer lembrar que isso existiu?!) logo a seguir a Balla e Mão Morta é o mesmo que um masturbador compulsivo:

sabe o que tem, mas não sabe exactamente o que fazer daquilo...

quarta-feira, setembro 15, 2004

eSCUTo!

A discussão que as SCUT's geraram, com o anúncio por parte do ministro António Mexia (sim, o tal que, fosse este um país - coisa de que começo a duvidar - seria responsabilizado pelo desrespeito grave de normas de segurança na refinaria da Galp em Matosinhos) da provável introdução de portagens deixou-me perplexo. Para quem ainda não percebeu (nomeadamente, o sr. Ministro), esclareço que SCUT é um acrónimo para "Sem Custos para o Utilizador". You know what I mean? No tolls! A menos que as referidas vias se passem a chamar ESCUTA - Ex-Sem Custos para o Utilizador Aldrabado...

Mas, dizia eu, esta discussão deixou-me perplexo. Sobretudo, pelo tipo de comentários e opiniões completamente imbecis que tenho ouvido/lido. Esclareçamo-nos, sou, regra geral, contra o princípio do "utilizador-pagador". Pego no exemplo do Ensino Superior. Se há coisa em que o Estado português já "cagou de alto" há muito tempo é na gratuitidade do ensino. A quem é que cabe pagar? Ao utilizador, pois claro! Mas, não contente com isto, o tuga ignorante, que acha que este país tem licenciados a mais, provavelmente roído de inveja ou de outro qualquer sentimento reles parecido, continua a dizer, quando questionado sobre os aumentos de propinas, que acha "muito bem, que aquilo é tudo uma cambada de meninos-ricos, que se passeiam nos seus belos carros e que gastam muito mais que isso numa noite de copos". Pois. Esse tuga, como, além de ignorante, é estúpido, acha que cabe aos estudantes pagar a sua formação, mas já não acha bem que a sociedade, ao utilizar esses indivíduos formados, lhes pague convenientemente. "Querem é andar gordos, já recebem muito bem, esses dótôres!"


Não é exclusivo do estudante o proveito da sua formação. Sendo assim, porque há-de ser ele a pagar?

E pego neste exemplo para o meu posicionamento em relação ao princípio do utilizador-pagador; mas alguém que se dê ao trabalho de limpar as teias de aranha e puxar o autoclismo ao cérebro acredita nas balelas do "pastor que não tem carro, que não tem nada que pagar para os senhores de Lisboa andarem de carro"?!

Sejamos claros:

As SCUT's foram construídas com dinheiro NOSSO! Ou alguém acredita que as concessionárias investiram o dinheiro necessário à construção dessas vias?! E que culpa tem o resto do país do caos lisboeta? Se o litoral está desenvolvido e pode bem exigir aos seus utilizadores o pagamento de uma portagem, o mesmo não se passa no resto do país. Quanto a mim, nem me posso queixar muito, pois tenho alternativas. Terceiro-mundistas, é certo, como tudo aquilo que este Governo parece desejar para os portugueses. Mas tenho-as. Outras regiões não podem dizer o mesmo. Mas toma lá portagens, meu sacana! Achavas que continuavas à borliú para sempre, não é, malandrote?! A viver à lorde à conta dos pobres pastorinhos transmontanos! Deixa, que o Mexia faz-te a folha!

Já agora, gostava de saber como é que se vai cumprir o tal "crescimento económico" colocando entraves às empresas que necessitem de utilizar estas vias de comunicação. Ou, melhor ainda, às empresas da região. Aliás, eu gostava de saber se os pacotinhos de arroz e açúcar dos "pastorinhos" chegam às suas mãos por obra e graça do Espírito Santo! Ou consumir produtos transportados por auto-estrada não é ser utilizador indirecto dessa mesma auto-estrada?

Não me surpreende este tipo de raciocínio proveniente do Governo. Nada me surpreende, aliás, vindo daquela caderneta. Surpreende-me, sim, a impressão que tenho que cada vez mais pessoas alinham neste tipo de argumentos imbecis.

Ou não, ou não...

O meu maior amor faz anos!

Entristece-me o facto de não ser o primeiro. E entristece-me ainda mais o facto de só me ter lembrado após ter visto o post da Vermelha!

Tanta coisa de que já falámos e faltam-me as palavras! Caramba, Tiago, é o aniversário das TRUTAS!!!

A vossa presença foi muito importante, a dado momento, para mim. Creio que o sabem já. Para além de outras questões, ajudaram ao lançamento do Litanias, após meses iniciais de alguma apatia. Além disso, foi o vosso estímulo que levou o Litanias a tentar melhorar um pouco.

O Manel foi o primeiro comentador do Litanias; a Vermelha foi o primeiro blogger com quem mantive contacto por e-mail; a Azul, o primeiro blogger que conheci face-to-face; a Laranja... bom, a Laranja... a Laranja foi o primeiro blogger que me irritou a sério (além de ter ajudado este azelha mais vezes que os Cutty Sark's que o Flopes bebeu no concerto da Esther - perdão, Madonna!)! ;-)

A visita à Trutaria é a primeira que faço todos os dias, a maioria das vezes até antes de verificar se alguém passou por aqui... E tornou-se um hábito, ver o que se passava pelo "nosso" café.

Foi um ano de boas experiências, que só posso esperar que se repita muitas e muitas vezes! Adoro-vos, a todas, lindas! Afinal, durante algum tempo, o Trouts foi o blog-siamês do Litanias. Hoje, não é um blog que comemora o seu aniversário; são quatro irmãs que chegam à "maioridade".

Muitos parabéns, meus amores!

(Junto aqui o link para a primeira homenagem que fiz ao cardume. Na altura, a vossa vontade era que eu a tornasse pública. Vaidosonas... Bom, creio que este é o momento certo, pois, afinal, quase tudo continua correcto!)

terça-feira, setembro 14, 2004

Present friends

A blogosfera cresce, a olhos vistos. Mesmo encontrando-me eu num momento de algum desânimo em relação à comunidade e à sua vitalidade (já aqui o disse), pessoas há que teimam em mostrar-me que estou enganado.

Tenho o (enormíssimo) privilégio de linkar e servir de arauto à chegada de Rodrigues à net! Não que não fosse já uma presença constante, mas finalmente surje a compilação das contribuições de Rodrigues nos vários blogs onde tem espalhado a sua magia.

Bem-vind@!

P.S.: Só faltas tu, sara, deixares-te de coisas e fazeres o mesmo com os teus Cacaotoons...

Conversas em família



Terrance: Shut your fucking face uncle fucker
You're a cock sucking ass licking uncle fucker
You're an uncle fucker, yes its true
Nobody fucks uncles quite like you

Phillip: Shut your fucking face uncle fucker
You're the one that fucked your uncle, uncle fucker
You dont eat or sleep or mow the lawn,
You just fuck your uncle all day long

(farting noises)
Terrance: Hmm!
(farting noises)
(laughing)
(farting noises)
Some Guy: What's going on here?
(farting noises)
People: OOOoooooooooooooh
Fucker fucker uncle fucker uncle fucker fucker fucker fucker
Terrance & Phillip: Shut your fucking face uncle fucker (Terrance: uncle fucker)

Terrance: You're a boner biting bastard uncle fucker
Phillip: You're an uncle fucker I must say
Terrance: Well you fucked your uncle yesterday
Everyone: (laughing)
People: Uncle fucker... thats
Everyone: U-N-C-L-E fuck you Uncle
Fuckeeeeeeer tonight...

Phillip: Suck my balls!

Terrance & Phillip - Unclefucker

segunda-feira, setembro 13, 2004

"You two make a nice couple!"

Duas semanas. Um momento, um segundo, algo que passou sem que eu próprio me desse conta da rapidez com que acontecia. Realidade paralela, o mundo real não existiu. Massacres na Rússia? Desvarios bélicos do Ministro da Tropa-Fandanga? Nem dei por nada. Foi outra, a minha realidade.

E nessa outra realidade, a vida encarregou-se de me mostrar o seu lado mais irónico, ao presentear-me exactamente com o contrário daquilo que eu queria (ou pensava querer). Tudo aquilo que achava precisar foi desmentido pela crueza dos factos. E ainda bem.

És aquilo que, inconscientemente, procurava. És novidade. Mas também desprendimento, liberdade e ternura. Pode ter sido uma surpresa para todos, de início. Mas revelou-se como a escolha certa, a única possível.

Hoje, no meio de uma série de fotografias mostradas a uma amiga, surgimos nós. Ao olhar para aquele momento imobilizado, lembrei-me da filha de Ataturk que nos disse naquela noite "You two make a nice couple!"... E sorri, por verificar que ela tinha razão...


Procura

Sonhei contigo. Estavas quase tão bonita como sempre. Porque nenhum sonho conseguiria fazer-te justiça. Porque nenhuma memória que tenha de ti consegue reproduzir o teu sorriso. O ar eternamente enternecido que tens. Como se o mundo nascesse de novo a cada olhar teu. E nasce, ao fim e ao cabo. Nasce, em cada gargalhada que soltas. Floresce, a cada sorriso teu.

E este dia-a-dia a que parece permanentemente faltar algo é apenas o melhor que consigo fazer da tua ausência. Sei-o agora, nunca mais serei o mesmo. Estranho é que vejamos o futuro que não temos de forma tão desprendida. Mas torna tudo mais simples, essa atitude. Mesmo que saibamos perfeitamente das mudanças que causámos um no outro.

Percebo agora, distanciado, esse teu olhar. E a sua própria evolução. Era um espelho da nossa própria evolução. A mera Luxúria inicial deu lugar ao Amor. Não, não te aconteceu só a ti. Confessei-to várias vezes, sabe-lo bem. E sabes também que não é um caminho comum, para mim. Pelo menos, não o tem sido.

Não consigo reprimir um sorriso quando me lembro daquela noite de Segunda-feira. Como te arrependeste, ainda antes do pecado cometido, já depois da tua anuência. "O meu coração diz uma coisa, mas a minha cabeça diz outra...", sussurravas-me. E como te percebia. Por mais que não acreditasses, mas percebia. Acabaste por ouvir o teu coração. E por te congratulares por o teres feito. Tal como eu.

E foi nesse momento que percebi que tudo aquilo que tínhamos acabado de fazer tinha, afinal, um outro significado. Que aquilo que encarámos de uma determinada forma, de início, tinha mudado completamente, em apenas duas horas. E que nos tínhamos transportado simultaneamente, para esse sonho onde agora inutilmente tento encontrar-te.

sexta-feira, setembro 10, 2004

...que um coxo

Numa descarga intestinal do mais elevado nível de fetidez, fico, de uma penada, a saber (algumas já sabia, mas enfim...) uma série de coisas.

Primeiro, que o Luís* não tem condições de sanidade mental para continuar à frente da agência noticiosa oficial portuguesa. "
A senhora Rebecca, que deve julgar que está na Holanda, um santuário de ilegalidades, veio a público explicar, a todos, homens, mulheres, jovens e crianças, como é que se faz um aborto(...)". Só isto, é suficiente para que o governo holandês exija, no mínimo, um pedido de desculpas. Fosse eu Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Justiça, da Saúde ou dos Aflitos na Holanda e, no mínimo, tribunal era o que o esperava.

Segundo, que o Luís mente, descaradamente. Senão, veja-se:
"O que é isto, afinal? A selva, onde a Rebecca, armada em esperta, faz o que lha passa pela cabeça, incitando (...) à pratica generalizada e indiscriminada, já sem acompanhamento médico ou profissional – era o mínimo – da interrupção da gravidez?"

"We support safe, legal abortion. If this is not available, the safest way to do an abortion is with the medicine ''Misoprostol". Here we explain the safest and most effective procedure. We also provide the scientific background to this method.
(...)
If you can find a doctor that wants to help you; Stop Reading. Go to the doctor!"

É impressão minha, ou isto não é propriamente, incitar "à prática
generalizada e indiscriminada, já sem acompanhamento médico ou profissional"?

Terceiro, que o raciocínio mais labrego possível faz parte do seu repertório. "
Este senhora é uma marginal, que se julga acima das leis nacionais, e já agora, alguém que lhe mostre que quem manda aqui são os portugueses, e as suas autoridades." Ou seja, para cá do Marão, mandam os que cá estão! Infelizmente, ó Luís, Portugal não vive num contexto geo-político isolacionista. Não, não somos uma ex-república soviética cujo discurso oficial se baseia na soberania. Não, o nosso principal centro decisório não está em Lisboa (e cada vez menos estará). Não, não estamos orgulhosamente sós. E a Europa já nos deu indicações, por várias vezes, de qual o caminho que DEVEMOS seguir, em matéria de IVG. Que não é este, como saberá, pelo menos, tão bem quanto eu.

Quarto, que o Luís também deve ser como o Secretário de Estado Diogo Feyo, escreve sem corrector ortográfico, não é?

* Seguramente o senhor Luís não se importará com este tratamento informal. É que, caso se importe, devo recordá-lo que é Dra. Rebecca Gomperts, não "a Rebecca". É que não se chega a médico frequentando cursos do CENJOR, como alguns jornalistas (o que, refira-se, não será seguramente o seu caso; trata-se apenas de uma consideração de classe).

Oh brother, where art thou?

Como saberão aqueles que por aqui passam regularmente, estive afastado da festa blogueira, exceptuando algumas brevíssimas visitas com direito a posts algo acanhados. É por isso que mais me espanta, no meu regresso, a aparente apatia em que mergulhou a blogosfera na minha ausência. Calma, juventude, eu já voltei, podem tornar a comentar e a escrever e a sentir o Sol brilhar nas vossas vidas! Mais a sério, estranho o marasmo entretanto emergente nesta, até há bem pouco tempo, enérgica comunidade. Estaremos deslumbrados com a recente vaga de 1ºs aniversários?

Setembro de 2004 d.C., toda a blogosfera está ocupada pelas forças situacionistas. Toda? Não! Uma pequena aldeia resiste ainda e sempre ao invasor (católico apostólico) romano!
É esta a ideia com que fico quando recupero os últimos posts hiper-cacaolóricos. O mais estranho? É que essa ideia surge-me naquele que seria, à partida, o post menos evidente (Até breve, Clara...) para uma tomada de consciência desse género.

Como já devem ter percebido, até pelo que eu próprio vou tentando fazer do Litanias (ainda que nem sempre com grande sucesso), sou adepto de blogs com convicções, engagés, politica ou socialmente, com interesses culturais e artísticos, que consigam por vezes manter uma saudável infantilidade e que não neguem a existência de sentimentos. Gosto de blogs onde se percebe um pouco daquilo que quem os escreve está a passar, a dado momento. E foi isso que sempre me atraiu nestas meninas, o amor que destilam regularmente, para nossa felicidade (e invejazinha, confesso!). Infelizmente, nem toda a gente percebe o significado dessa palavra, apesar de se perfilarem como representantes de uma determinada postura social que se baseia, supostamente, no Amor. E isso leva-me a pensar numa atitude que, por princípio, condenaria.

Por princípio, condenaria qualquer posição censória, como aquela que a sara se propôs fazer. Por princípio. Mas há outros factores a ter em conta. Primeiro que tudo, considero que os blogs, como projectos pessoais que são, têm a liberdade pessoal inerente ao seu autor para se manter uma determinada linha, ou determinadas regras. Sobretudo, quando alguém coloca em causa a dignidade dos próprios autores, insultando-os ou desenvolvendo argumentos (?) atentatórios dos princípios básicos defendidos pelos próprios.

Sim, defendo a liberdade de expressão. Sim, gosto de um bom debate de ideias em que nem toda a gente tenha a mesma opinião. O que não admito é que se coloque em causa o debate de ideias com argumentos falaciosos ou, pior ainda, que se façam ataques pessoais velados, para, quando se verifica a total discordância dos restantes intervenientes, se gritar "Aqui d'El-Rey, que me estão a querer calar, ai ai, a liberdade de expressão, logo eu que sou tão respeitador!". Isso, nem à lei da bala! Quem insulta, que assuma (e que assuma as consequências do seu acto, se elas existirem)! Felizmente, tirando uma ou outra excepção que, de tão patética, nem me merece preocupação de monta, o Litanias nunca foi alvo da presença de abutres desse género. Provavelmente, isso deriva do facto de eu ser um jovem europeu caucasiano, do sexo masculino, heterossexual. Realmente, eu pareço fazer parte da "classe privilegiada". Só me falta o pai industrial ou a mãe socialite e viver num qualquer sítio "bem". Este conjunto de factores facilita-me a vida, provavelmente. Mas não apaga em mim um conjunto de princípios.

É norma minha não apagar comentários nem banir ninguém. Mas, como todas as normas, esta também é passível de alteração. Nunca senti necessidade disso. Mas consigo compreender quem sinta. E serve isto tudo para dizer que sendo, por sentido democrático, contra qualquer tipo de atitude censória, percebo que o autor de um blog decida banir um determinado utilizador que se manifeste de forma insultuosa e provocatória para com os autores e para com as posições defendidas pelos mesmos.

Tal como compreendo e apoio a decisão da sara, caso se venha a verificar, assumo que qualquer atitude que vá contra os meus princípios e contra aquilo que é a posição social por mim defendida no Litanias receberia a mesma resposta da minha parte, caso fosse proferida nos termos injuriosos que tenho lido ao longo dos tempos no estaminé das cacaos.

Esclareço:
sendo um blog um projecto pessoal e que se baseia, normalmente, no gozo pessoal ou na expressão através de um novo meio de comunicação, com regras próprias, de opiniões ou posições, ou até mesmo na defesa de causas pessoais, não há lugar ao respeito de uma liberdade de expressão que alguns parecem querer tornar num direito ao insulto gratuito. Tal como eu não aceito determinados comportamentos em minha casa, também não os aceitaria no meu blog. E, sendo assim, manifesto o meu total apoio a quem quiser banir utilizadores grosseiros, repetitivos (a raiar o persecutório) e de total desrespeito intelectual pelos restantes utilizadores.

É disto que muitas vezes nos esquecemos. Que a blogosfera ainda é (felizmente!) um espaço feito das vontades pessoais de cada um. Onde cada um de nós é livre de fazer o que bem entender com o seu próprio projectozinho. E que quando decidimos partilhar com os outros aquilo que escrevemos, não temos, necessariamente, de estar dispostos a ouvir determinado tipo de comentários.

Tenho de ir trabalhar os abdominais...

quinta-feira, setembro 09, 2004

There Is A Light That Never Goes Out

Take me out tonight
Where there's music and there's people
And they're young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people and I
Want to see life
Driving in your car
Oh, please don't drop me home
Because it's not my home, it's their
Home, and I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine

Take me out tonight
Take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought Oh God, my chance has come at last
(But then a strange fear gripped me and I
Just couldn't ask)

Take me out tonight
Oh, take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one, da ...
Oh, I haven't got one

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine

Oh, There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out
There Is A Light That Never Goes Out


The Smiths - There Is A Light That Never Goes Out

Provavelmente, a mais bela canção Pop alguma vez escrita. E a ideal para hoje.

Uma outra vez

Pensei muito, antes de decidir se devia ou não aceitar a tua proposta. Não que não gostasse de te ver uma última (até uma próxima) vez. Mas, depois daquela despedida, não sabia se revermo-nos não faria apenas tudo mais difícil. Não seria melhor simplesmente deixar tudo como está? A última lembrança ser o risco das lágrimas nas caras bronzeadas? O sorriso triste de quem deixa fugir aquilo que mais queria, porque assim tem de ser, porque já o sabíamos desde o início, que seria assim? As mãos estendidas, num último toque, enquanto o comboio arrancava, implacável na sua viagem que não admite as demoras do amor?

Não. Precisava ver-te uma vez mais. Para saber de forma mais ponderada, menos emotiva, just where do we stand, exactly. Para passar mais algumas horas contigo. Para saber que, mesmo que nunca nos revejamos, há um lugar especial nos nossos corações que será sempre do outro. Para mais uma vez beijar-te num sorriso que me provoca sempre a mesma reacção. Para no verde dos teus olhos me fixar uma e outra vez, daquela forma que te intimida, fazendo ressaltar o teu sorriso mais tímido, completar os nossos pendões com o teu rubor.

Para, uma outra vez, sentir a tua respiração na minha orelha, o som de beijos misturado com palavras que desconhecia e aprendi a amar nos últimos dias. E a dizer, transformando-se uma língua num dialecto só nosso, onde podíamos gritar o nosso amor em frente a todos, sabendo que mais ninguém nos perceberia. Édeseeeem!, gritava. E tu vinhas a correr à varanda, sem que mais ninguém percebesse exactamente o que eu queria dizer, apesar de desconfiarem. Eu via na cara de todos, não inveja, mas a cumplicidade de quem sabe que está a presenciar uma celebração do amor, mesmo que não haja um libretto que lhes traduza exactamente o que se está a passar. Gritar "Amo-te!!!", em frente a todos. E saber que só tu ouvias, que só tu percebias. Que tinhas a certeza que era para ti e só para ti que eu falava.

Perceber finalmente que o facto de nos amarmos não significa necessariamente que tenhamos de sofrer com o afastamento. E que, se nos reencontrarmos, seremos tão felizes como fomos agora. Mas que se tal não acontecer, a memória que nos restará será sempre a mais feliz de todas.

quarta-feira, setembro 08, 2004

De que é que o exército está à espera para ocupar o Público?



Há, por vezes, forwards que são autênticas pérolas. O que acabo de receber é um exemplo disso mesmo. E, realmente, tenho de me colocar esta mesma questão.

terça-feira, setembro 07, 2004

Contar pela manhã as feridas de amor como se de guerra se tratassem

Dizia eu aqui há uns dias que não cabe à realidade realizar os nossos desejos. Pois. Pois não. E ainda bem, por vezes! Porque se a realidade me tivesse realizado os últimos desejos não te teria encontrado. Ou tu não serias tu. Eras exactamente o contrário daquilo que eu queria. Daquilo que gostaria de ter. Mas isso só te deu um maior encanto.

Ensinaste-me muita coisa. Sobretudo a desconfiar das aparências. E humildade. Muita. Porque percebi que muito daquilo que tinha como certezas não eram mais que ilusões. Fantasias de um miúdo que se achava muito adulto. Mas também me mostraste com a tua juventude que é-me possível ser feliz de forma infantil. Que nem tudo está perdido, para essa criança que é suposto andar algures aqui dentro.

Desde o início que sabíamos que seria curto. Pelo menos, até à próxima vez que nos cruzássemos. Que, pelos vistos, pode até nem vir a ser daqui a tanto tempo assim, não é? Falta-me o teu sorriso, o dos teus lábios e o dos teus olhos. Falta-me alguém a saltitar à minha volta, a querer estar sempre do lado direito, com justificações com tanto de históricas como de contos de fadas. Faltam-me as tuas unhas cravadas nas minhas costas. As tuas dentadas nos meus ombros. O teu prazer que parece dor. Contar pela manhã as feridas de amor como se de guerra se tratassem. E falta-me o teu ar de bebé rabugento na manhã seguinte. Falta-me a tua luz, unindo dois pontos tão distantes, duas margens, dois lados de uma mesma história. Não há futuro para nós. Apenas aquele que o Futuro nos queira trazer. Até à próxima!


"Spending long summer days indoors..."

Já não tinha noção de como esta assembleia é tão dinâmica. E como duas semanas significam um volume de informação, acontecimentos e opiniões que dificilmente conseguirei recuperar. A todos os que me visitam e, sobretudo, a todos aqueles que mantêm os seus próprios blogs e que visito regularmente, muito obrigado por terem continuado a verificar regularmente o que se passava por cá. Mesmo quando não se passava nada, pelo menos que transpirasse para esta minha realidade alternativa cibernética. E as minhas desculpas, por não comentar os inúmeros posts que todos vós criaram nestas duas semanas. Tentarei relê-los, a todos. Comecei esta manhã a fazê-lo, veremos se tenho tempo para concluir essa tarefa...

Também já não tinha verdadeiramente noção de como a vida pode ser vivida sem pensar na blogosfera. Foram duas semanas em que apenas a espaços me lembrava da existência do Litanias. E felizmente, houve sempre algo que me fazia esquecê-lo rapidamente! Não sei se continuarão determinados textos que vinham sendo quase hegemónicos nos últimos tempos. O Litanias não nasceu para isso. E talvez não deva viver para isso. Para mim a evolução é também um processo em que se deve recuperar o passado, não sou defensor da evolução contínua, em que não se olha para trás e se renega o passado. Nunca aceitei que se quisesse renegar o passado. Seria negarmo-nos a nós mesmos. Por isso, talvez o Litanias volte a ser algo que era no passado. Ou não.

Estou a ganhar coragem para um (ou mais) posts sobre estes dias. Talvez ainda hoje escreva algo. Provavelmente escreverei. Se as minhas mãos, abrutalhadas por duas semanas de trabalho físico, se conseguirem eventualmente voltar a habituar à delicadeza e precisão que exige um teclado.

segunda-feira, setembro 06, 2004

Two weeks time


Henri Cartier-Bresson - S/ título, Paris 1959

A chuva a cair em mim como se fossem beijos. Ou seriam beijos a cair em mim como se fossem chuva?

sexta-feira, setembro 03, 2004

Szia!

Kèrek sok csòkot, lègyszives... Most! ;-)

Nagyon szèp vagy, nagyon szeretlek!